Arranca estudo de avaliação da segurança da vacina nOPV2 em mulheres grávidas

Um total de dez gestantes aderiu ao estudo sobre a avaliação de segurança da exposição acidental à nova vacina viva atenuada oral da poliomielite tipo 2 (nOPV2) em mulheres grávidas que partilham residência com crianças menores de cinco anos de idade, imunizadas com a vacina PT Bio Farma Novel Poliomielite Oral Tipo2 em Moçambique.

O estudo  arrancou no dia 18 de Agosto de 2022, no Hospital Geral e Centro de Saúde José Macamo, na cidade de Maputo, onde teve, de imediato, adesão das dez gestantes.

O coordenador geral do estudo e pesquisador no Instituto Nacional de Saúde (INS), Assucênio Chissaque, manifestou satisfação com o nível de cooperação do público-alvo, anotando que, inicialmente, havia sido definido um mínimo diário de cinco mulheres, número que, na prática, duplicou e levou à fixação da cifra mínima de dez participantes por dia.

“Conseguimos incluir dez mulheres grávidas só no primeiro dia. Foi muito positivo! A nossa meta diária era de 5, mas com esta adesão, subimos a fasquia para um mínimo de dez participantes por dia e vamos trabalhar para alcançar a meta”, disse.

O nOPV2 é implementado pelo INS, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, e está centrado na resposta à emergência dos surtos do poliovírus derivados da vacina e reportados recentemente no país.

O estudo avalia a segurança da nova vacina em mulheres grávidas potencialmente expostas por meio de crianças vacinadas que excretam a mesma. A avaliação constitui um pré-requisito para a pré-qualificação e o uso global da nova vacina.

Implementado com base na recolha de dados por meio de entrevistas no momento das consultas pré-natal e pós nascimento (28 dias), o estudo pretende, igualmente, medir os possíveis problemas congénitos, o número de partos prematuros, baixo peso do bebé ao nascer, morte neonatal e morte materna em mulheres grávidas em contacto com crianças menores de cinco anos vacinadas com a vacina nOPV2 nas suas casas, em comparação com mulheres grávidas sem crianças vacinadas.

As participantes reconhecem a relevância do estudo, que é desenvolvido em prol do bem-estar dos bebés face ao vírus da pólio, que causa, dentre vários males, a paralisia infantil.

“Gostaria que este estudo fosse avante e não terminasse por aqui. Vou incentivar as mães grávidas que conheço a participarem”, disse uma das voluntárias.

Para além de Maputo, o trabalho irá decorrer na província de Nampula, onde  o arranque está previsto para o dia 31 de Agosto corrente no Hospital Geral de Marrere e no Centro de Saúde 25 de Setembro. Ao todo, vai abranger 1.251 mulheres grávidas, sendo 313 de Nampula e 938 de Maputo.