Delegação do INS projecta criação de unidades de investigação de nível distrital

O delegado do Instituto Nacional de Saúde (INS) na província de Nampula, Américo Barata, disse, na última quarta-feira, na cidade de Nampula, que a delegação que dirige vislumbra uma oportunidade de criação de unidades de investigação de nível distrital. O dirigente partilhou o posicionamento numa intervenção que fez em torno de sessões científicas realizadas pelos graduados da 3ª coorte de formação em epidemiologia de campo, durante a cerimónia de encerramento do curso.

Barata disse que, na sua óptica, os trabalhos apresentados podem ser melhor capitalizados, não servindo apenas para investigações ao nível epidemiológico e respostas específica aos eventos de saúde nos distritos.

No entendimento  do delegado, os referidos trabalhos também podem contribuir para que o INS, a nível local, comece a fazer um mapeamento de prováveis pontos focais de investigação que, um dia, poderão se transformar em unidades de investigação de nível distrital, podendo colaborar, de uma forma muito mais próxima, com a instituição na província.

“Estes trabalhos não só servem para a resposta, como também podem criar uma estrutura ao nível dos distritos, que sirva de base para que o INS comece a lançar uma semente. Uma das oportunidade que nós vemos, com a implantação do FETP e esta equipa de graduados, é a possibilidade de começar a lançar uma semente para germinar ideias do Instituto Nacional de Saúde no distrito”, marcou.

Encerramento da 3ª coorte

Para além das sessões científicas, o encerramento da 3ª coorte foi marcado pela entrega de certificados aos graduados, em número de 13, dos vários distritos da província de Nampula. A referida formação foi facilitada pelo Programa de Formação em Epidemiologia de Campo de Moçambique (FETP) e corresponde ao nível de Linha de frente, que é o primeiro deste programa.

As actividades do FETP Linha de Frente têm duração de 12 semanas, das quais a primeira é constituída por uma oficina na sala de aula. A seguir, os participantes passam cinco semanas subsequentes nos seus locais de trabalho. Após este período, eles voltam ao local de formação para uma segunda oficina de trabalho presencial de uma semana. Ao fim desta actividade, retornam ao campo e, quatro semanas depois, voltam à sala de aula para a terceira oficina, na qual apresentam os seus projectos de trabalho.

Em Moçambique, o FETP foi estabelecido em colaboração com a Direcção Nacional de Saúde Pública e a Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, com o apoio técnico do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) e da Rede Africana de Epidemiologia de Campo (AFENET).

O lançamento do FETP Linha de Frente teve lugar em Agosto de 2021, com o objectivo principal de treinar profissionais de Saúde para fortalecer a capacidade de resposta a surtos e emergências em saúde pública, por meio da detecção, pesquisa, controlo e prevenção eficaz de doenças. Desde o início do programa até a esta parte, foram formados 37 profissionais.