Estudo defende esforços para melhorar qualidade de dados de malária em Sofala

Resultados de um estudo realizado por um grupo de investigadores da província de Sofala e Manica, coordenado pelo Delegado do Instituto Nacional de Saúde de Sofala, João Manuel, apontam a necessidade de se envidarem esforços no desenho de estratégias que garantam a produção de dados com boa qualidade para assegurar o efectivo controlo e combate da malária nas duas províncias.

Intitulado “Avaliação da qualidade de dados de rotina e prestação de serviços da malária nas províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, de Fevereiro a Julho de 2016”, o estudo tinha por objectivo aferir a realidade da qualidade de dados de rotina, prestação de serviços ligados à doença, para além da análise da concordância de dados nos diferentes instrumentos de gestão, registo e recolha de dados em unidades sanitárias dos dois pontos do país.

As constatações mais salientes indicam uma baixa qualidade de dados, pelo que os autores da pesquisa vincam que os achados do estudo poderão apoiar aos decisores de políticas de Saúde no desenho de estratégias específicas para colmatar os factores associados ao fenómeno da baixa qualidade.

Os dados analisados foram recolhidos dos livros de registo de ambulatório e internamento, ficha de stock da farmácia, ficha de contagem de casos de malária e ficha resumo mensal das actividades relacionadas à patologia.

“A colecta de dados foi mediante o uso de fichas de concordância contendo os indicadores de estudo, ficha de recursos materiais e de disponibilidade de instrumentos de registo de casos de malária”, disse João Manuel.

Segundo o delegado, que é, igualmente, investigador principal do estudo, o relatório das actividades de malária de 2015 refere que Sofala e Manica fazem parte das províncias com maiores índices da doença em Moçambique, facto que justificou a realização da pesquisa.

O interlocutor anota que os objectivos foram alcançados, entretanto houve desafios durante o percurso, com destaque para a indisponibilidade de alguns instrumentos de recolha de dados, inexistência de arquivo morto e ilegibilidade de algumas variáveis do estudo.

A pesquisa envolveu, para além da delegação do INS de Sofala, o Centro de Investigação Operacional da Beira, Núcleos de Pesquisa de Sofala e Manica, as direcções provinciais de saúde de Sofala e Manica, e a Health Alliance International, tendo este último financiado o estudo, com um valor de 67 mil dólares.

No que concerne às acções de seguimento, o estudo indica que há necessidade de investigação de outras variáveis, no sentido de avaliar, com profundidade, os factores associados à baixa qualidade de dados de malária nas unidades sanitárias.