Infecções por Enterovírus continuam frequentes em crianças com diarreia aguda

Um estudo da autoria de Diocreciano Bero, investigador do Instituto Nacional de Saúde conclui que a frequência da infecção por enterovírus em pacientes com diarreia aguda continua alta em Moçambique, sobretudo em crianças dos 12 a 23 meses de idade, faixa etária que apresenta maior gravidade da doença.

Intitulado “Detecção de enterovírus em amostras de fezes de crianças moçambicanas com diarreia aguda”, o estudo foi realizado nas províncias de Maputo, Nampula, Sofala e Zambézia, com o objectivo de identificar a circulação deste tipo de vírus em amostras de fezes colhidas em crianças com diarreia aguda, internadas nas unidades sanitárias das províncias em referência.

Nas 327 amostras testadas no Laboratório de Virologia do INS e posteriormente confirmadas no Laboratório de Enterovírus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro-Brasil, foi detectada a circulação de enterovírus em 15.9 por cento dos casos, com maior frequência em crianças dos 12 a 23 meses de idade.
Outras constatações salientes do estudo apontam para a existência de 26 tipos diferentes de enterovírus a circular em crianças com diarreia, bem como tipos incomuns com possibilidade de serem transmitidos entre animais e homens.

Como recomendação, o grupo de investigadores defende a importância de manter a vigilância de enterovírus, sobretudo pela circulação de poliovírus selvagem e imunização em massa com vacinas atenuadas no país.

O estudo conta com a co-autoria de Edson da Silva; Evanildo de Sousa; Sheila Nhassengo; Raiana Machado; Adilson Bauhofer, Jorfélia Chilaúle; Benilde Munlela; Esperança Guimarães; Idalécia Moiane; Júlia Sambo; Elda Anapakala; Marta Cassocera; Lena Manhique; Assucênio Chissaque; Jerónimo Langa; Fernanda Burhandy e Nilsa de Deus.