Ministro da Saúde apela à participação massiva dos abrangidos

O Ministério da Saúde lançou, hoje (sexta-feira), na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, o Inquérito Nacional sobre o Impacto do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA), um estudo que tem como objectivo avaliar a situação dos serviços de apoio e tratamento de HIV-Sida, apurar a prevalência da doença, para além de compreender as atitudes e práticas a ela relacionadas.

Na ocasião, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, apelou à participação massiva dos habitantes dos pontos abrangidos.

“Porque a resposta às diversas doenças deve estar baseada em evidências, este inquérito vai providenciar dados científicos que vão permitir conduzir melhores políticas e melhores estratégias, para combater o HIV-Sida no país”, esclareceu o dirigente.

Tiago referiu que, no país, estima-se que 2.1 milhões de pessoas estejam a viver com o HIV-Sida, o que faz da doença um importante problema de saúde pública.

Por sua vez, o Director-geral Adjunto do INS, Eduardo Samo Gudo, falando à imprensa, elucidou que o inquérito tem como procedimento-padrão a entrevista para colecta de dados, que servirão de base para a tomada de decisão, seguida de colheita de amostra de cada um dos voluntários e a testagem de HIV-Sida no agregado familiar.

Segundo o dirigente, este procedimento é crucial na compreensão de vários aspectos relacionadas com a resposta de HIV-Sida no país.

“Estima-se que vão participar deste inquérito cerca de 11 mil agregados familiares. São elegíveis a participar deste inquérito todos os indivíduos com 15 ou mais anos de idade que residam nas 300 áreas de numeração pré-seleccionados para este estudo”, disse.

Eduardo Samo Gudo, Director-geral Adjunto do INS

Quanto à inclusão, Samo Gudo disse que o INSIDA foi estruturado de forma a garantir a representatividade nacional, provincial, rural e urbano. Os agregados foram seleccionados aleatoriamente, utilizando uma abordagem estatística padronizada internacionalmente.

No país, o estudo em alusão é o terceiro de género, sendo que o primeiro foi realizado em 2009 e o segundo em 2015. Vai envolver 50 equipas compostas por nove pessoas, designadamente dois motoristas, dois profissionais de saúde, quatro inquiridores e um supervisor.

Nesta primeira fase, o inquérito envolve todas as províncias da região sul e duas províncias da região centro, designadamente Manica e Sofala. Na segunda fase, vai abranger as províncias de Tete e Zambézia. E, posteriormente, vai ter lugar em todas as províncias da região norte.
Todos os indivíduos elegíveis e que aceitarem participar do estudo vão ter os seus dados protegidos, através de um sistema de codificação. Trata-se, segundo Samo Gudo, dum princípio importante, para garantir a transparência do processo.

O dirigente refere que o processo de recolha de dados, hoje iniciado, vai terminar em Novembro. No entanto, realça que, em cada uma das províncias, o inquérito vai durar em função da dimensão, quantidade de áreas de numeração e dados de agregados familiares.
O estudo está orçado em certa de sete milhões de dólares americanos financiado pelos governos moçambicano e americano, através do Plano de Emergência para o Alívio da Sida.

O lançamento do INSIDA foi testemunhado pela governadora da província de Gaza, pelo presidente do Município de Xai-Xai, por colaboradores e parceiros, com destaque para o Conselho Nacional de Combate ao SIDA, Instituto Nacional de Estatística, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e ICAP.