Investigador defende acções imediatas para evitar mortes por RAM

A Resistência Antimicrobiana (RAM) está entre as grandes preocupações de saúde pública no mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, anualmente, 700 mil pessoas morrem por infecções relacionadas ao fenómeno. Diante deste cenário, o investigador do Instituto Nacional de Saúde e coordenador da Plataforma de Resistência e Uso Racional de Antimicrobianos, Aquino Nhantumbo, defende a tomada de acções concretas e imediatas, para salvar milhares de pessoas que estão em risco de morte devido a este problema.

“Prevêem-se dez milhões de óbitos até 2050. Para além disso, cerca de 100 trilhões de dólares norte-americanos serão perdidos na economia mundial em igual período devido à  RAM”, vincou, falando durante a reunião do Plano Nacional de Acção Contra os Antimicrobianos, realizada na manhã desta segunda-feira (13.06), na cidade de Maputo.

O investigador realça que o problema, igualmente, já se faz sentir em Moçambique, sendo que mais de 95 por cento dos microrganismos bacterianos que causam doenças infecciosas são resistentes a uma ou duas classes de antibióticos.

Segundo Aquino Nhantumbo, em resposta à gravidade da situação, o país desenvolveu o Plano Nacional de Acção Contra os Antimicrobianos 2019 – 2023, do qual, entre os objectivos principais, constam o reforço do conhecimento à volta do problema, por meio da vigilância e pesquisa da RAM, bem como a promoção e facilitação de acções contra a RAM.

Por sua vez, o pesquisador e administrador-executivo para área de Operações de Pesquisa na Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos, Alberto Chambe, explicou que a RAM ocorre quando os medicamentos que combatem microrganismos perdem sua potência e se tornam ineficazes.

O interlocutor sublinhou, igualmente, que a RAM representa uma ameaça crescente à saúde pública mundial, pelo que requer intervenção de todos os sectores do Governo e da sociedade, até porque coloca em risco a eficácia da prevenção e do tratamento do número cada vez mais crescente de infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas.

A reunião tem duração de três dias, devendo terminar esta quarta-feira. Para além de investigadores das instituições acima referidas, participam do encontro órgãos da Sociedade Civil.