Reduz número de mortalidade materna no país

–Diz Sheila Nhachungue, pesquisadora do INS

O número de mulheres que morrem durante o parto ou devido a complicações relacionadas ao parto reduziu de 500 para  451 em cada 100 mil nascimentos vivos nos últimos dez anos em Moçambique. A informação foi partilhada por Sheila Nhachungue, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde (INS), com base nos dados do Instituto Nacional de Estatísticas.

A pesquisadora indica que, para a referida redução de óbitos, concorre uma série de actividades desenvolvidas pelo sector de Saúde, com destaque para o fortalecimento da vigilância activa nas comunidades, apoiada a pesquisas relevantes, com resultados baseados em evidências científicas.

“A redução da mortalidade materna resulta da investigação de processos, que culminam em óbitos maternos; identificação de falhas obstétricas, que propiciam a tomada de decisões assertivas, bem como a implementação de um Sistema de Vigilância e Resposta à Morte Materna, que inclui a identificação, notificação, discussão e resposta de todas as mortes, definindo as acções necessárias, para evitar que este tipo de morte se repita”, explicou.

Sheila Nhachungue partilhou os dados em menção no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Redução da Mortalidade Materna, que, anualmente, se assinala a 28 de Maio.

Apesar dos avanços, a interlocutora refere que a cifra ainda constitui preocupação para o sector da Saúde, daí que defende o desenvolvimento contínuo de acções mais enérgicas para a erradicação do fenómeno, sobretudo pelo facto de as mulheres continuarem a chegar tardiamente às unidades sanitárias periféricas.

A falta de transporte público, nas comunidades, é apontada pela pesquisadora como factor determinante para a chegada tardia às unidades sanitárias e consequente ocorrência de óbitos maternos.

“É necessário que haja apoio do Governo às unidades sanitárias nos distritos, bem como criação de uma plataforma baseada no conceito de que a produção de saúde é uma tarefa multissectorial, que envolve não só as instituições de Saúde, mas também outras forças vivas, indo desde os actores comunitários, passando pela sociedade civil e Governo local até outros intervenientes”, defendeu. Sheila Nhachungue recomenda, ainda, a criação de condições que permitam que as pacientes saiam das suas comunidades para a unidade sanitária mais próxima e, se necessário, desta para a unidade sanitária de referência, como forma de reduzir o tempo de espera e permitir o seu atendimento atempado e adequado.