Lançado em Maputo projecto regional de fortalecimento de institutos de saúde

Moçambique acolheu, há dias, o lançamento oficial do projecto SPhIRhA, uma iniciativa regional que abrange quatro países da África Subsariana, nomeadamente Moçambique, Botswana, Zimbabwe e Ruanda, com o objectivo de fortalecer os institutos nacionais de saúde pública na componente de saúde sexual e reprodutiva.

Trata-se de uma iniciativa financiada pela Suécia, através da Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, estando alinhada com o compromisso do país, com a Cooperação para o Desenvolvimento em Saúde e com a Estratégia do Centro Africano para Prevenção e Controlo de Doenças.

Segundo o Secretário Permanente do Ministério da Saúde, Ivan Manhiça, o projecto é lançado num contexto em que, apesar de haver alguns avanços registados, os países beneficiários enfrentam desafios relacionados à persistência de gravidezes na adolescência, práticas de casamento prematuro e mutilação genital feminina, mortalidade materna elevada, altas taxas de natalidade e abortos inseguros.

“A reversão destes desafios na área de saúde sexual e reprodutiva, na nossa região, exige acções multissectoriais, que devem ser informadas por evidência científica e demandam abordagens inovadoras, cientificamente comprovadas e ajustadas ao nosso contexto socioeconómico”, apontou, acrescentando que a expectativa é que o programa sirva de modelo a ser replicado em outras regiões e países.

Segundo Manhiça, o projecto representa uma iniciativa inovadora que está alinhada à visão estratégica regional na área de saúde sexual e reprodutiva.

Por sua vez, a Embaixadora da Suécia em Moçambique, Mette Sunnergren, disse que a iniciativa marca um avanço vital na cooperação global de saúde pública para a saúde e direitos sexuais e reprodutivos. Na mesma senda, ela lembrou que o país que representa tem um compromisso de longa data com a saúde sexual e reprodutiva, reconhecendo o seu profundo impacto no bem-estar individual, na equidade social e na prosperidade económica.

“A colaboração internacional, no domínio da saúde pública, continua a ser essencial no domínio da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos, aspecto fundamental da igualdade de género e do desenvolvimento sustentável”, referiu.

Segundo Sunnergren, com a implementação do SPhIRhA, a Suécia tem uma ambição clara, que é de fortalecer as instituições nacionais de saúde pública nos países abrangidos pelo projecto, de modo a melhorar significativamente os resultados da saúde sexual e reprodutiva.

“A nossa visão são comunidades sustentáveis, saudáveis e equitativas e que prosperem através de uma forte colaboração regional”, vincou.

Com duração de cinco anos, o programa foi desenvolvido a pedido das instituições de saúde pública da África Subsariana para apoiar o reforço institucional e decorre de mais de 15 anos de cooperação nas áreas do HIV/infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e doenças zoonóticas emergentes entre duas instituições de saúde pública, que incluem o Instituto Nacional de Saúde (INS) e seus parceiros académicos.

A cerimónia do lançamento do SPhIRhA teve lugar na residência da Embaixadora da Suécia, na cidade de Maputo, e para além do Secretário Permanente do MISAU, juntou embaixadores, direcção do INS, representante da Organização Mundial de Saúde, representantes de parceiros de cooperação, entre outros participantes.