Estudo detecta ligação entre variantes do vírus de doença diarreica em humanos e animais
Um estudo da autoria de Filomena Manjate, investigadora do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça, revela uma ligação entre variante humanas e animais de rotavírus, um agente causador de doenças diarreicas agudas.
A informação foi partilhada durante uma reflexão em torno da frequência, perfil clínico e caracterização genética de patógenos gastrointestinais, realizada no âmbito da 18ª Edição das Jornadas Nacionais de Saúde em Maputo.
Entre os principais resultados da pesquisa, destaca-se a proximidade genética entre algumas variantes do vírus em humanas e em animais, como bovinos, suínos e caprinos, em diferentes países. Este achado reforça a importância da vigilância genómica contínua e da abordagem “One Health”, que considera a interacção entre saúde humana, animal e ambiental.
“As nossas conclusões mostram que, para além das mutações naturais do vírus, existe a possibilidade de recombinações entre estirpes humanas e animais, daí a necessidade de reforçar os mecanismos de vigilância e monitoria para avaliar a dinâmica das infecções e o impacto da vacina em Moçambique”, esclareceu.
Com base nos resultados das análises por si feitas, a cientista concluiu, ainda, que factores como desnutrição e imunossupressão podem desempenhar um papel determinante na gravidade dos sintomas apresentados pelos infectados.
A investigadora lembrou que a efectividade da vacinação contra o rotavírus, no país, é relativamente baixa, situando-se em 35% em crianças menores de cinco anos, o que aumenta a necessidade de estudos aprofundados para compreender melhor a circulação e evolução das estirpes.
Centrado na análise genética do vírus em populações infantis para compreender as suas características, evolução e impacto na saúde das crianças, a pesquisa de Manjate tem como título “Caracterização genómica do rotavírus A em crianças, com e sem diarrei,a no distrito da Manhiça.