Saúde e parceiros querem impacto directo da evidência científica nas políticas de saúde

Os líderes do projecto MAINSTREAM, resultante da parceria entre o Instituto Nacional de Saúde (INS), o Programa Alargado de Vacinação (PAV) e a Aliança para Política e Sistema de Saúde, defendem a descentralização da investigação e eliminação das barreiras burocráticas que atrasam a produção e utilização da evidência científica na elaboração de políticas de saúde.

A posição foi defendida recentemente, em Maputo, no âmbito do encerramento do ciclo de 18 meses do projecto MAINSTREAM, que tinha como objectivo mentorar projectos de implementação na área de vacinação.

Ao todo, foram mentorados três estudos, que respondem a prioridades estratégicas do sector da Saúde, como a abordagem à criança “zero-dose” e resiliência de cidades vulneráveis.
Todos os intervenientes sublinham a urgência de descentralizar a investigação e eliminar barreiras burocráticas que atrasam a produção e utilização da evidência científica.

Na ocasião, o director da Divisão de Investigação em Saúde e Bem-Estar no INS, Sérgio Chicumbe, destacou que a forte participação das instituições provinciais confirma o valor duma investigação realizada próximo às realidades locais.

“A aliança formada entre investigadores, programas técnicos, províncias e parceiros constitui a base de uma prática científica mais integrada e orientada para resultados concretos. É necessário eliminar o burocratismo das instituições de investigação desde o nível central até às autoridades sanitárias locais”, vincou, salientando que o excesso de controlo e práticas motivadas por interesses pessoais atrasam os processos e comprometem o impacto da evidência produzida.

Por seu turno, o director do Programa Alargado de Vacinação (PAV), Leonildo Nhampossa, lembrou que o projecto nasceu da necessidade de mapear prioridades de investigação alinhadas à implementação da abordagem RED/REC (“Alcançar Todos os Distritos/Alcançar Todas as Crianças”).

Os estudos apresentados oferecem orientações para aprimorar imediatamente as práticas do PAV, com ênfase na melhoraria da implementação da abordagem RED/REC, para o avanço na meta de redução da criança “zero-dose” e no reforço da resiliência e resposta rápida a surtos cíclicos em zonas de risco.