Confirmada credibilidade da plataforma COMSA na monitoria da mortalidade em Moçambique
Um estudo da autoria de Ivalda Macicame, Directora de Inquéritos e Observação em Saúde do Instituto Nacional de Saúde (INS), revela que o Sistema de Vigilância de Eventos Vitais e causas de morte (COMSA-Moçambique) é uma plataforma fiável, precisa e ideal para a recolha e monitoria de informações sobre a mortalidade e suas causas no país.
Intitulado “Sistema de vigilância de eventos vitais e causas de morte”: Resultados de um Sistema Nacional de Estatísticas Vitais Amostrais para a mortalidade e causa de morte”, o estudo foi realizado entre os anos de 2019 e 2020, visando determinar a taxa de mortalidade e monitorar as causas de morte.
Para o efeito, recorreu-se ao método de entrevistas contendo perguntas sobre sinais, sintomas e circunstâncias que levaram à morte de um indivíduo, a 828.663 pessoas que cuidaram de algum falecido.
No referido estudo, constatou-se que as taxas de mortalidade de recém-nascidos e de menores de cinco anos de idade foram de 23 e 80 óbitos, respectivamente, em 1000 nascidos vivos.
Outras constatações salientes da pesquisa revelam que as áreas urbanas apresentaram taxas de mortalidade mais baixas quando comparadas às áreas rurais, entre crianças menores de 15 anos.
De acordo com o estudo, a prematuridade, infecções e eventos relacionados ao parto entre recém-nascidos foram condições que contribuíram para a ocorrência de mortes neonatais.
Diarreia e malária foram responsáveis pela morte de crianças de 1 a 59 meses. Por sua vez, os traumas, a malária e diarreia causaram a morte de crianças de 5 a 14 anos.
Doenças como HIV, trauma e câncer estiveram por detrás da morte daqueles com idades entre 15 e 59 anos. Em indivíduos acima de 60 anos, o câncer, bem como doenças cardiovasculares estiveram entre as principais causas de morte.
Com o exposto acima, conclui-se que a plataforma COMSA-Moçambique constitui uma alternativa adequada para a recolha de informação atempada, fiável e precisa sobre a mortalidade e suas causas.
Por isso, recomenda-se a sua adopção como um sistema de abrangência considerável em Moçambique.
Para além de Ivalda Macicame, o estudo em referȇncia conta com a co-autoria de Almamy Kante; Emily Wilson; Brian Gilbert; Alain Koffi; Sheila Nhachungue; Celso Monjane; Pedro Duce; António Adriano; Sérgio Chicumbe; Ilesh Jani; Henry Kalter; Abhirup Datta; Scott Zeger; Robert Black; Eduardo Samo Gudo e Agbessi Amouzou.
O artigo pode ser encontrado acessando o seguinte website: https://doi.org/10.4269/ajtmh.22-0367