Provado custo-efectividade da vacina GARDASIL na prevenção do cancro do colo do útero
Estudo realizado com o objectivo de avaliar a vacinação de meninas pré-adolescentes no país, contra Papilomavírus Humano (HPV), revela que a vacina GARDASIL, e outras vacinas alternativas como CECOLIN e CERVARIX, são custo-efectivas na prevenção do cancro do colo do útero.
A confirmação acima decorre do facto de a pesquisa, da autoria de Esperança Guimarães, investigadora do Instituto Nacional de Saúde (INS), e colaboradores, ter constatado que, se não houvesse vacinação contra o HPV durante 10 anos, haveria a chance de o país registar 342.246 casos de cancro do colo do útero e 282.687 mortes de mulheres pela doença.
Intitulado “Impacto e custo-efectividade de vacinas alternativas contra o papilomavírus humano em raparigas pré-adolescentes em Moçambique”, o estudo revela, ainda, que cada uma das vacinas estudadas mostrou-se potente para a prevenção de mais da metade dos casos de cancro do colo do útero e mortes pela doença, e consequentemente evitaria gastos de mais de 35 milhões de dólares necessários para o seu tratamento no país.
Outras constatações do estudo mostram que, quanto à relação entre o custo e impacto na saúde, as vacinas CECOLIN e GARDASIL-4 entram em vantagem, quando não usadas na perspectiva de protecção contra vários tipos de HPV. Entretanto, quando se pretende optar por uma vacina capaz de combater outros tipos de HPV, a CERVARIX apresenta-se como a melhor alternativa.
Porém, o estudo recomenda a mudança do esquema de vacinação para uma dose da vacina GARDASIL, em vez de duas, e explica que esta mudança permitiria uma redução considerável dos custos da vacinação para o Governo e o aumentariam o acesso à vacina a nível nacional. A recomendação fundamenta-se no facto de se ter observado que a vacinação com uma dose de qualquer das três vacinas é custo-efectiva e traria benefícios similares aos observados com a administração de duas doses.
São co-autores da pesquisa: Assucênio Chissaque; Clink Pecenka; Frédéric Debellut; Anne Shuind; Basília Vaz; Arlindo Banze; Ricardina Rangeiro; Arlete Mariano; Cesaltina Lorenzoni; Carla Carrilho; Maria do Rosário Oliveira Martins; Nilsa de Deus e Andrew Clark.
Link de acesso ao artigo: https://doi.org/10.3390/vaccines11061058