Nigéria e Zâmbia colhem experiência do INS na implementação de sistemas de vigilância de mortalidade
O Instituto Nacional de Saúde (INS) recebeu, na manhã desta terça-feira (18.06), uma visita das delegações da Nigéria e da Zâmbia no âmbito da implementação de sistemas comunitários de vigilância de mortalidade em países africanos.
Compostas por 20 peritos, as delegações dos dois países têm como objectivo colher a experiência do INS na implementação do Sistema Comunitário de Observação em Saúde e de Eventos Vitais (SIS-COVE), em curso no país desde 2017.
O Director-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, explicou que, em países com recursos limitados, incluindo Moçambique, é difícil estimar as causas de morte uma vez que muitas ocorrem fora da unidade sanitária.
Neste contexto, Samo Gudo sublinhou a importância dos sistemas de vigilância de mortalidade, área na qual Moçambique tem uma história de sucesso e é um dos pioneiros na implementação.
Falando sobre a pertinência da visita, o dirigente destacou a relevância dos dados na definição de estratégias de redução de mortes no mundo.
“Nenhum país pode planificar e definir estratégias para a redução de mortes causadas por várias doenças, se não tiver dados. Os dados são a bússola que diz quais são as principais razões de morte em várias faixas etárias, regiões e contextos”, vincou.
No leque do aprendizado a ser colhido pelas delegações, constam aspectos técnico-científicos, mecanismos de garantia da sustentabilidade do sistema e estratégias de mobilização comunitária.
A escolha de Moçambique, segundo Samo Gudo, é motivada pelos grandes progressos que o país tem vindo a registar na implementação de sistemas de vigilância que permitem monitorar as causas e taxas de morte por várias doenças. É assim que Moçambique é visto como um exemplo a seguir por países cuja implementação está na fase inicial.
O Secretário-Permanente do Ministério da Saúde da Nigéria, Segun Ogboye, partilhou que, com uma população de cerca de 200 milhões de habitantes, o país tem uma taxa de mortalidade materno-infantil elevada, porém sem mecanismos de sua monitoria.
Sabendo-se que Moçambique tem um sistema de vigilância bem estabelecido, a delegação vem colher a experiência do país para melhor informar as políticas públicas.
Por seu turno, o Coordenador de Vigilância da Mortalidade no Instituto Nacional de Saúde Pública da Zâmbia, Stephen Chanda, disse que a vigilância da mortalidade é um grande desafio para África, e Moçambique aparece como um pioneiro na implementação do sistema. Assim, a delegação vem aprender sobre os passos dados pelo país, especificamente em relação ao desenho do sistema, soluções tecnológicas e outros aspectos relevantes.
A visita tem a duração de uma semana e contempla o acompanhamento de trabalhos no INS, incluindo actividades de campo do SIS-COVE.