A investigadora e coordenadora do Programa de Saúde e Ambiente, incluindo a Saúde do Trabalhador no Instituto Nacional de Saúde (INS), Tatiana Marrufo, foi eleita, recentemente, para o cargo de vice-presidente do Comité Temático de Mudanças Climáticas e Saúde Pública da Associação Internacional dos Institutos Nacionais de Saúde Pública (IANPHI).

Trata-se de um órgão criado em 2022, depois de, no ano anterior, ter sido lançado um roteiro sobre o papel dos Institutos Nacionais de Saúde Pública (INSP) na resposta ao impacto das alterações climáticas na saúde, num contexto em que os eventos de calor extremo tendem a tornar-se mais frequentes e intensos a nível mundial.

Até aqui, o comité realizou trabalhos sobre diversos temas, que incluem eventos climáticos extremos e “One Health”, assinou diferentes memorandos de entendimento com várias organizações europeias e globais, para fortalecer os laços entre a rede dos INSP e as organizações ambientais e meteorológicas.

Tatiana Marrufo foi eleita por votação, coadjuvando Giri Shankar, do Public Health Wales do Reino Unido, eleito presidente do Comité em referência. Os resultados da eleição foram anunciados durante o Fórum “One Sustainable Health”, que teve lugar de 4 a 5 de Novembro corrente em Lyon, na França.

Giri Shankar e Tatiana Marrufo têm, durante dois anos de mandato, que se inicia no dia 01 de Janeiro próximo, o desafio de coordenar actividades com foco na promoção da colaboração e garantia de um impacto significativo nas prioridades de saúde pública em todas as regiões e entre os membros da IANPHI.

Marrufo sustenta que ter um grupo como este na rede dos INSP é oportuno e pertinente, a olhar pelo papel que estes desempenham na geração da evidência científica para influenciar as políticas e o processo de tomada de decisão.

“Neste momento, o que se pretende é trazer evidência para melhorar o entendimento, identificar lacunas e propor soluções apropriadas e adaptadas aos contextos. Por isso, sinto-me mesmo muito lisonjeada por esta oportunidade de ser parte de um grupo que muito pode contribuir neste âmbito”, vincou.

Questionada sobre o significado da sua nomeação, a interlocutora disse que esta representa um marco para o INS, que, ao nível nacional, tem estado na liderança da área de Clima e Saúde, e os avanços do sector para esta área, no país, têm merecido reconhecimento científico ao nível da região africana, para além de inspirar outros países.

“Esta nomeação apresenta-se como uma oportunidade para o INS servir não só de modelo para outros institutos de saúde pública, mas também para dar suporte na criação de capacidades em clima e saúde ao nível dos outros institutos no contexto internacional”, explicou.

No plano pessoal, a investigadora diz que esta é uma oportunidade única para a sua carreira, sendo que ter a possibilidade de, por um lado, contribuir com o seu saber e, por outro, aprender de outros investigadores, será uma mais-valia, principalmente pela participação activa nos progressos e avanços de Clima e Saúde Pública em nível internacional.

Marrufo, que é membro do comité desde a sua criação, tem colaborado em diferentes actividades do órgão, contribuindo para diferentes áreas temáticas, com destaque para eventos extremos climáticos, reporte de casos de estudo, publicações e sessões de discussão científica.