No âmbito da implementação da plataforma ALIVE, que visa garantir a prestação de serviços de saúde durante desastres induzidos pelo clima em comunidades vulneráveis do país, os distritos de Nhamatanda e Dondo estiveram envolvidos, recentemente, em discussões sobre a continuidade dos serviços de saúde em contextos de eventos extremos climáticos.

Durante os encontros, a equipa do Instituto Nacional de Saúde (INS), entidade implementadora, conduziu debates, visando identificar, junto aos actores-chave dos dois distritos, mecanismos que assegurem a prossecução dos serviços de saúde em contextos de ocorrência de eventos climáticos extremos.

“O que queremos é garantir que todos tenham acesso à saúde durante os eventos extremos climáticos, incluindo os grupos vulneráveis, ou seja, pacientes com doenças crónicas, idosos, crianças e mulheres grávidas, para além de pessoas com deficiência física”, explicou a Coodenadora-geral da ALIVE, Tatiana Marrufo.

Para o efeito, as discussões culminaram com a definição de acções prioritárias, que visam à elaboração de um plano antecipado de acção informado a nível individual e sectorial, para além da integração de serviços para prestação de cuidados médicos.

Relativamente ao último aspecto, sublinhou-se a necessidade do alargamento das intervenções, no sentido de contemplar as doenças crónicas não transmissíveis, que, muitas vezes, são descuradas, priorizando-se apenas as infecciosas.

Algumas das preocupações mais sonantes manifestadas ao longo dos debates são o fenómeno do retorno das famílias aos locais de origem, devido à falta de condições de sobrevivência nos locais seguros, e a renitência das comunidades em relação às advertências sobre aproximação de fenómenos climáticos, daí o apelo à necessidade do reforço da comunicação de risco.

O Director Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social de Dondo, Azarias Manhenje, que participou numa das sessões, agradeceu à equipa do INS pelo trabalho e assegurou que o elenco sob sua direcção continuará aberta à colaboração.

Participaram das sessões investigadores do INS, líderes comunitários, representantes de diversas direcções de serviços prestados ao nível dos dois distritos, Cruz Vermelha de Moçambique, entre outros.

Para além de Nhamatanda e Dondo, a ALIVE é implementada no distrito de Búzi, província de Sofala, com base numa metodologia qualitativa e quantitativa, procurando incluir o máximo possível de actores-chave.