INS estuda uso simultâneo de vacinas contra poliomielite em crianças de 6 a 24 meses
O Instituto Nacional de Saúde iniciou, há dias, na cidade de Maputo, um estudo sobre o uso simultâneo de vacinas contra poliomielite em crianças dos 6 aos 24 meses de vida, com o objectivo de avaliar o nível de protecção das crianças vacinadas apenas contra a poliomielite do tipo 2 e comparar com o nível de protecção de crianças vacinadas contra outros tipos de poliomielite.
O estudo pretende, igualmente, saber se a vacinação combinada e a não combinada apresentam o mesmo desempenho, sendo esta última a norma em uso no país para campanhas contra a poliomielite do tipo 2.
Segundo a Investigadora Principal do estudo, Nilsa de Deus, se a pesquisa demonstrar maior protecção contra a poliomielite de mais de um tipo na administração de vacinas combinadas, poderá ser recomendado que o país adopte a vacinação combinada em zonas com surtos originados por poliovírus de vários tipos.
“Caso o estudo mostre que a criança consegue responder às duas vacinas administradas ao mesmo tempo, vamos recomendar a administração simultânea de duas vacinas para a contenção de surtos de pólio, à semelhança do que já aconteceu em Moçambique e acontece em outros países que registam a circulação de vários tipos de poliovírus”, explicou.
Ela acrescenta que a nova abordagem poderá ajudar o Governo a economizar os recursos usados nas campanhas de vacinação, devido ao uso separado de vacinas de pólio.
Segundo os supervisores de campo, Alberto Paulo e Édio Ussivane, o trabalho decorre de forma ordeira, porém com alguns desafios, verificados nas primeiras duas semanas, após o arranque das actividades.
“O processo de recrutamento e inclusão de participantes está a ser interessante e um pouco desafiador, tendo em conta que, durante as primeiras duas semanas deste processo, a temperatura era baixa, e, por via disso, muitas crianças contraíram gripe”, disse Alberto Paulo.
Por sua vez, Édio Ussivane classificou a adesão de participantes como boa e fez saber que a equipa do estudo está a traçar estratégias para ampliar o número de inclusões.
Os procedimentos do estudo incluem a recolha de dados por meio de um questionário, avaliação clínica dos participantes, colheita de amostras de sangue e vacinação.
Financiado pela Organização Mundial da Saúde, o estudo é realizado no Centro de Saúde José Macamo e Centro de Saúde 1 de Junho, devendo abranger 537 participantes.