INS promove acções de consciencialização sobre direitos sexuais

O Instituto Nacional de Saúde (INS), através do Programa Saúde da Mulher e Criança, realizou esta terça-feira (29.04) o “Dia Aberto de Consciencialização sobre a Saúde Sexual, Reprodutiva e Direitos Sexuais”, com o objectivo de consciencializar adolescentes e jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva.


Com o lema “Saúde Sexual e Reprodutiva: superando barreiras de informação na adolescência e juventude”, o evento foi realizado, igualmente, para incentivar o diálogo aberto, seguro e troca de experiências sobre género, sexualidade e violência.


Neste sentido, o evento consistiu na exposição de conteúdos sobre a saúde sexual e reprodutiva, palestras, dinâmicas sobre saúde sexual e reprodutiva, envolvendo alunos da Escola Secundária Sagrada Família de Marracuene, orientados por investigadores do INS.


Na ocasião, a Directora-geral Adjunta do INS, Sofia Viegas, que presidiu a cerimónia de abertura do evento, fez saber que, entre 2022 e 2023, de acordo com o Inquérito Demográfico de Saúde, 18,5 % de raparigas, com 15 e 19 anos de idade, e 18.1 por cento dos rapazes com a mesma faixa etária já haviam iniciado a vida sexual. Cerca de 13 por cento dos jovens já eram casados com menos de 20 anos.


“É responsabilidade de todos assegurar que os direitos sexuais e reprodutivos sejam conhecidos pelo rapaz e pela rapariga, e é nosso dever, como instituição contribuir para a clarificação das vossas dúvidas, razão pela qual estamos aqui, como INS, para partilhar alguns conhecimentos convosco e discutir de forma aberta”, disse.


O evento contou com a intervenção da Associação Coalizão da Juventude Moçambicana, uma entidade que tem como missão contribuir para que o adolescente e jovem sejam protagonistas e tenham acesso ao exercício pleno dos direitos sexuais e reprodutivos.


A ponto focal da referida associação, Margarida Como, explicou que o respeito aos direitos sexuais favorecem uma vida sexual saudável, com prazer e sem discriminação.


“Os direitos reprodutivos determinam que a pessoa pode decidir livremente, de forma consciente e responsável, sobre quando e quantos filhos ter, assim como sobre os meios da sua obtenção, sem prejudicar a sua saúde”, disse.


Por sua vez, a responsável da Repartição de Saúde Sexual e Reprodutiva no Ministério da Saúde, Alda Mahumana, falou dos tipos de métodos contraceptivos, nomeadamente de longa, média e curta duração, incluindo suas vantagens e desvantagens.


A nível mundial, Moçambique tem a terceira maior carga de pessoas que vivem com HIV e a segunda maior carga de novas infecções pelo vírus. Só no ano passado, 81 mil pessoas contraíram HIV, razão pela qual urge abordar as medidas preventivas.


Por seu turno, o Vereador-adjunto para a Área de Saúde no Município de Marracuene, Aníbal Michel, mostrou preocupação em relação aos indicadores demográficos de saúde sobre o início da vida sexual pelos rapazes e raparigas. Por isso, instou o INS a massificar a realização de eventos desta natureza junto às escolas.

A coordenadora do Programa Saúde da Mulher e Criança no INS, Lucinda Jeque, garantiu que o programa vai continuar a realizar encontros do género para a consciencialização sobre a saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens.