Lançado inquérito sobre doenças crónicas não transmissíveis no país

Foi lançado, na manhã desta segunda-feira (15), o Inquérito Nacional sobre Prevalência e Factores de Risco para as Doenças Crónicas Não Transmissíveis em Moçambique (InCRÓNICA 2024), realizado com o objectivo de avaliar a prevalência de determinantes de doenças crónicas não transmissíveis e seus factores de risco.

A lista das doenças inclui a hipertensão arterial, diabetes, asma, doenças mentais e situações relacionadas à violência. Os factores de risco em avaliação incluem o consumo de álcool, tabaco, sedentarismo, dieta alimentar, entre outros, por indivíduos de 18 a 69 anos de idade.

Segundo o Secretário-Permanente do Ministério da Saúde (MISAU), Ivan Manhiça, espera-se que o estudo produza informações suficientes para informar o desenho de políticas de saúde que possam aumentar a promoção de hábitos de vida saudável e desenho de estratégias de resposta a situações específicas, olhando para as diferentes idades.

O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tomás Valdez, explicou que a entidade que representa tem como papel encorajar os Estados-membros a conduzir este tipo de estudos, para a obtenção de dados que permitam a geração de evidências que sirvam de base para as políticas públicas de saúde.

Por seu turno, a Coordenadora Geral do inquérito, Palmira Santos, referiu que a actividade decorre numa altura em que a hipertensão, diabetes, o cancro do colo do útero e as doenças mentais estão entre as prevalências mais preocupantes, com a hipertensão e as diabetes a figurarem entre as doenças que mais matam e incapacitam.

A escolha do grupo-alvo, segundo Palmira Santos, é justificada pelo facto de, naquelas faixas etárias, as pessoas apresentarem o maior risco para as referidas doenças.

Nesta senda, Palmira Santos vinca que é preciso priorizar estratégias que permitam à população ter conhecimento sobre as medidas a tomar para melhorar a sua qualidade de vida em termos de protecção da saúde e melhorar a capacidade do Sistema Nacional de Saúde em dar resposta atempada.

Em todo o país, o inquérito vai abranger cerca de 5.720 agregadas familiares em actividades que incluem administração de um questionário aos participantes, testagens rápidas de sangue, nomeadamente de colesterol, glicemia e gordura no sangue, entre outras.

Sobre a possibilidade de uma fraca colaboração das comunidades neste estudo, a entrevistada mostrou-se confiante, assinalando que o sector da saúde mantém uma relação muito boa com as comunidades e as equipas de mobilização social estão a trabalhar com as autoridades locais, pelo que há confiança no sucesso da actividade.

Orçado em cerca de 1.6 milhões de dólares americanos, o InCRÓNICA é financiado pelo Alto Comissariado do Canadá e é implementado pelo Instituto Nacional de Saúde, em parceria com o MISAU, Instituto Nacional de Estatística e OMS.

O acto de lançamento teve lugar no bairro municipal de Matlemele, Posto Administrativo da Machava, município da Matola, e contou com representantes das instituições implementadoras, das autoridades da província de Maputo, entre outros.