Menores de três meses de idade apresentam maior prevalência do RSV em Maputo

Resultados de um estudo da pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde (INS) Mirela Pale indicam que a prevalência do Vírus Sincicial Respiratório (RSV), em Maputo, situa-se em 23.1% em crianças menores de dois anos de idade. O maior número de casos encontra-se em crianças menores de três meses de idade, com 50%.

Intitulado “Risk factors and circulation pattern of respiratory syncytial vírus in children under 2 years in Maputo, Mozambique”, o estudo tinha como objectivo determinar a prevalência do RSV, explorar os factores de risco para a infecção por RSV, descrever a variação sazonal deste vírus em crianças menores de dois anos com Infecção Respiratória Aguda Grave (IRAG), para além de avaliar a associação entre o RSV e uma condição de risco de vida.

Para o efeito, foram recrutadas crianças que se apresentaram nos hospitais Central de Maputo e Geral de Mavalane em 2017 e 2018, no âmbito da vigilância das Infecções Respiratórias Agudas (IRA), implementada pelo INS, em decurso nestas unidades sanitárias.

Durante o período em análise, o RSV A e B co-circularam, entretanto apenas um tipo predominou em cada ano. Em 2017, a taxa de positividade do RSV foi correlacionada com a temperatura média mensal. Nos dois anos em estudo, o RSV não foi associado a nenhuma condição de risco de vida.

Como recomendação, o estudo sugere a avaliação da possibilidade de pesquisar o RSV em crianças que apresentam IRAG, principalmente em menores de dois anos, que são as mais afectadas, para além da tomada de medidas de prevenção contra a infecção pelo vírus, sobretudo no primeiro semestre do ano, onde ocorrem mais casos.

São co-autores do estudo Almiro Tivane, Adilson Bauhofer, Neuza Nguenha, Loira Machalele, Félix Gundane, Aunésia Marrulele, Délcio Muteto, Tinne Gils, Tufária Mussá, Judite Salência, Josina Chulufo-Chilundo e Marilda Siqueira.

Link de acesso ao artigo: https://doi.org/10.1093/inthealth/ihae033