Mudanças climáticas poderão causar aumento de mortes por doenças diarreicas nos próximos 20 anos

Falando esta terça-feira (30.07), em Maputo, na terceira paralela do segundo dia da Conferência sobre Transdisciplinaridade para Eliminação da Cólera, subordinada ao tema “Reforçando a Prevenção e Resposta numa Era de Mudanças Climáticas e outras crises Humanitárias, o pesquisador do Instituto Nacional de Saúde (INS), Américo Feriano, fez saber que as mudanças climáticas poderão causar o aumento do número anual de mortes por diarreias em crianças menores de quinze anos em aproximadamente 48 mil em 2030 e 33 mil em 2050 a nível mundial.

A afirmação acima é parte de uma análise feita com base nos serviços de previsão climática no apoio ao mapeamento de riscos a doenças diarreicas para a preparação e resposta do sector de saúde em Moçambique.

Durante a sua intervenção sobre o impacto das mudanças climáticas no aumento de doenças diarreicas, o pesquisador avançou que as chuvas extremas aumentam o risco de escoamento da água, resultando na contaminação fecal mais significativa das fontes de água.

Adicionalmente, Américo Feriano referiu que períodos de seca prolongados podem permitir que patógenos cresçam e se concentrem em águas superficiais e subterrâneas ou reduzam a água disponível para higiene, contribuindo para infecções por doenças diarreicas.

Em Moçambique, prevê-se alto risco de doenças diarreicas em toda extensão da província de Tete, Maputo, Zambézia, bem como parte das províncias de Manica e Sofala, em crianças menores de cinco anos de idade. Face ao risco, recomenda-se a sensibilização da população para que esta coloque em prática todas as recomendações do sector da saúde para a redução do número de casos tanto na época chuvosa como no período de seca.

A 1ª Conferência sobre Transdisciplinaridade para Eliminação da Cólera termina hoje conta com o apoio de parceiros nacionais, regionais e internacionais.