Direcção de Inquéritos e Observação em Saúde Realiza Oficina de Trabalho Sobre os Seis Meses da Vigilância Activa das IRAS/COVID-19
A Direcção de Inquéritos e Observação em Saúde do INS realizou, de 08 a 11 de Dezembro do ano em curso, na província de Maputo, distrito da Matola, uma oficina de trabalho subordinada ao tema “Harmonização de Procedimentos e Divulgação de Resultados Preliminares dos Primeiros Seis Meses da Vigilância Activa das IRAS (Infecções Respiratórias Agudas)/COVID-19”.
A oficina de trabalha teve como objectivo dar a conhecer o desempenho dos postos sentinelas (PS) de vigilância das infecções respiratórias activos em cerca de 60 unidades sanitárias de todo o país.
Para o efeito, foram discutidos indicadores da vigilância activa, apresentados resultados preliminares, feita análise crítica e realizado o desenho conjunto de estratégias de vigilância sistemática em locais de aglomeração de pessoas, a exemplo dos centros de acomodação de deslocados de guerra e locais de grande trânsito como as fronteiras.
Dos resultados apresentados referentes aos PS de todas as províncias do país, destaca-se que desde a criação destes postos para a vigilância activa das IRA’s foram atendidos cerca de 628.380 pacientes com diversas doenças, dos quais 15.7% (98.627/628.38) tinham suspeita de IRA’s. Destes pacientes suspeitos, foi feita a colheita de amostras respiratórias em 42.4% (41.856/98.627) dos quais 8.4% (3.520/41.856) foram casos positivos de Covid-19. Sendo assim, os PS contribuíram para a detecção de 24.1% (3.520/14.598) dos casos positivos de Covid-19.
Durante o período em análise, foi igualmente aferido o número de hospitalizações tendo sido de 19, 16, 11, 7, 5 e 3 para as províncias de Inhambane, Nampula, Zambézia, Sofala, Tete e Manica, respectivamente.
Dentre os constrangimentos apresentados pelos participantes, os responsáveis da vigilância de todas as províncias, destacam-se a ocorrência de casos em zonas de difícil acesso (Palma, Mueda), exiguidade de recursos humanos, materiais e financeiros para dar resposta aos eventos, fraca colaboração do pessoal técnico e do sector privado nas actividades e demora de resultados das amostras colhidas. Os participantes igualmente deixaram como recomendações para fazer face aos desafios, a actualização e padronização das normas e procedimentos, disponibilização de fundos que permitam a efectiva realização da vigilância activa, expansão da vigilância ao sector privado, entre outras.