Director executivo do BM visita INS

O Instituto Nacional de Saúde (INS) recebeu, esta terça-feira (26.01), a visita do director executivo do Banco Mundial para África, Taufila Nyamadzabo, com o objectivo de inteirar-se dos dos desafios do sector da saúde no contexto da resposta à Covid-19 no país.

O responsável foi recebido pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, e a direcção do INS, onde ficou a saber do perfil epidemiológico da Covid-19 no país, o nível de resposta e os desafios que o país atravessa, sobretudo neste início do ano, onde os números de novas infecções, internamentos e óbitos devido a pandemia têm estado a subir de forma exponecial.

Durante a reunião, o director-geral adjunto do INS, Eduardo Samo Gudo, fez o retrato do perfil epidemiológico e procedeu à actualização de dados inerentes ao financiamento do Plano Operacional de Resposta à Covid-19 em Moçambique.

Na apresentação, entre outros aspectos, Samo Gudo partilhou a tendência semanal da taxa de positividade e o número de casos, a tendência mensal da testagem PCR, hospitalizações, taxa de positividade e óbitos, e ocupação de camas por província.

De acordo com os dados actualizados até segunda-feira última (25), o sector da Saúde testou, cumulativamente, cerca de 325.910 amostras em todo o país. E a realidade revela que a epidemia acelerou muito nas últimas semanas.  

O dirigente esclareceu que a subida galopante de casos, à qual se assiste nos últimos dias, resulta do aumento do movimento de pessoas, particularmente no período da quadra festiva, e do fraco cumprimento das medidas de prevenção da doença por parte da população.

Igualmente, Samo Gudo fez menção à Estratégia Nacional de Imunização, na qual aclarou que o país planifica obter vacinas contra Covid-19 através de dois mecanismos principais, que são o Mecanismo de Facilitação COVAX, que vai permitir a obtenção de vacinas para cerca de 20 porcento da população, e o Mecanismo Alternativo ou Complementar, através do qual vai ser possível aceder a doses de vacina para imunizar uma percentagem adicional de 60 porcento da população elegível.

Ainda sobre o assunto em relevo, o dirigente fez saber que o Banco Mundial doou 100 milhões de dólares ao país, dos quais 70 por cento para a aquisição da vacina e os 30 restantes destinados ao fortalecimento do sistema de Saúde.

Por sua vez, Armindo Tiago, numa sessão de perguntas e respostas, que manteve com a delegação do Banco Mundial e técnicos do INS, revelou que o universo da população elegível para tomar a vacina, em Moçambique, é de 17 milhões de pessoas.

Questionado sobre o valor necessário para a aquisição das vacinas, o ministro respondeu que é difícil calcular o montante exacto, porque as vacinas não têm preço único, pelo que só é possível estimar as necessidades.

Segundo o governante, a projecção da população moçambicana, para o ano em curso, é de cerca de 30 milhões de habitantes. Por via disso, as autoridades procederam à definição da população elegível, que consistiu na exclusão de mulheres grávidas, por falta de evidência de que a vacina não seria prejudicial àquele grupo, e de crianças com menos de 15 anos.

No quadro das conclusões, o director-geral adjunto do INS, destacou que todos os principais indicadores epidemiológicos, que são números de casos, hospitalizações, taxa de ocupação de camas e de mortalidade, aumentaram significativamente nas últimas três semanas.

Outros aspectos sublinhados por Samo Gudo indicam que o epicentro da epidemia são a cidade e província de Maputo, porém a taxa de positividade é alta em todas as províncias; o sistema de Saúde, na cidade de Maputo, está saturado, com 100 porcento de taxa de ocupação de camas nos hospitais privados e aproximadamente 90 porcento nos hospitais públicos, para além de que o sector esgotou a capacidade de rastreio de contactos.