Dose reduzida da vacina contra poliomielite pode aumentar acesso em casos de escassez

Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde (INS), liderado pela investigadora Nilsa de Deus, realizou um estudo, com o objectivo de verificar a diferença entre a resposta à vacina monovalente Oral contra o Poliovírus tipo 2 (mOPV2) em crianças que receberam dose reduzida (uma gota) e naquelas que receberam o padrão (duas gotas). O resultado aponta para uma diferença inferior a 10 por cento.

Com base no resultado acima, o estudo considera que, em casos de escassez, a administração da dose reduzida pode aumentar o acesso ao imunizante.

Intitulada “Imunogenicidade da dose reduzida da vacina monovalente Oral contra o Poliovírus do tipo 2 em Mocuba, Moçambique”, o estudo indica que a dose reduzida causou uma ligeira perda da capacidade da vacina, na ordem de 7 por cento, ou seja, contra 10 por cento da margem de inferioridade que se esperava.

Os pesquisadores acautelam, que a margem de 10 por cento verificada nos participantes do estudo, pode ir até 19 por cento na população.

As constatações do estudo levaram a que o grupo estratégico de especialistas em imunização, apesar de não se ter alcançado a meta de não inferioridade, defendesse a administração da dose reduzida de mOPV2 como medida de economia, se o “stock” reduzir para níveis críticos.

O estudo envolveu um total de 378 crianças do distrito de Mocuba, província da Zambézia, com idades compreendidas entre os 9 e 22 meses de idade.

São co-autores do estudo Igor Capitine, Adilson Bauhofer, Selma Marques, Marta Cassocera, Assucênio Chissaque, Diocreciano Bero, José Langa, Fernando Padama, Visalakshi Jeyaseelan, M. Steven Oberste, Concepcion Estivariz, Harish Verma, Ilesh Jani, Ondrej Mach e Roland Sutter.

Link de acesso ao artigo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33180924/