Investigadores africanos destacam-se na vigilância genómica da COVID-19

Uma das grandes publicações de África está em destaque na Revista Científica Science. Esta publicação mostra como a rápida expansão da vigilância genómica na África permitiu que o continente descrevesse a introdução e disseminação das variantes do SARS-CoV-2 em países africanos em tempo real. A publicação tem mais de 300 autores da África, incluindo investigadores moçambicanos, e do exterior que juntos trabalharam para descrever e analisar mais de 100.000 genomas e caracterizar variantes em tempo real. Este foi o maior consórcio de cientistas africanos e instituições de saúde pública trabalhando juntos para apoiar a resposta à COVID-19 baseada em dados na África.

A publicação mostra que o investimento sustentado no diagnóstico e vigilância genômica em África é necessário não apenas para o combate a COVID-19 no continente, mas estabelecer uma plataforma para enfrentar as ameaças emergentes, reemergentes e endémicas de doenças infecciosas, como o Ebola, HIV/AIDS, TB e Malária. Esses investimentos são cruciais para a preparação e resposta à pandemias e servirão à saúde do continente até o século XXI.

Os resultados também mostram uma capacidade de alerta precoce que a vigilância genómica na África teve para o resto do mundo com a detecção de novas linhagens e variantes do SARS-CoV-2, sendo a mais relevante a detecção da variante Beta e várias subvariantes Omicron. Estes resultados mostram também que a maioria das variantes causadoras da epidemia da COVID-19 em África foram introduzidas a partir do exterior.