PhD4Moz oferece cursos extracurriculares para desenvolvimento profissional de doutorandos
O projecto de formação em competências transversais e conhecimento em disciplinas específicas, denominado PhD4Moz, destinado a estudantes de doutoramento, tem estado a oferecer cursos extracurriculares relevantes para o desenvolvimento profissional dos estudantes.
A declaração é da Chefe de Repartição de Pós-graduação e Formação Contínua no Instituto Nacional de Saúde (INS), Euridsse Amade.
Trata-se de um projecto implementado pela Escola de Medicina da Universidade do Minho, de Portugal, em parceria com a Karolinska Institutet, da Suécia, com o apoio de instituições moçambicanas, nomeadamente INS, Universidade Eduardo Mondlane e Universidade Pedagógica.
Euridsse Amade esclarece que o PhD4Moz é composto por uma junção de professores que se uniram para criar oportunidades de formação extracurricular para estudantes de doutoramento em Saúde, visto que, ao longo da sua formação, estes têm dificuldade de aceder a formações em disciplinas específicas.
“Durante o seu percurso académico, o estudante não consegue, por exemplo, ter formação na área de gestão de tempo, gestão de conflitos e comunicação científica. Igualmente, pode ter dificuldades para organizar documentos e e-mails, para além de ter falta de noção dos hábitos que potenciam o sucesso”, disse, referindo que estes são exemplo dos cursos oferecidos pelo projecto.
Na mesma senda, Amade fez saber que a coordenadora do programa, Margarida Correia-Neves, partilhou a ideia de alargar estes benefícios do projecto, abrangendo não só estudantes de doutoramento, mas também os supervisores.
“Neste programa, existem formações para supervisores, no sentido de troca de experiência, orientação científica e mais, com a finalidade de melhorar a componente de supervisão de estudantes”, fez saber, sublinhando que o PhD4Moz olhou para instituições importantes de pós-graduação em saúde em Moçambique, tendo sido neste âmbito que o INS foi contemplado.
Com duração de dois anos, o programa prevê abranger cerca de 150 estudantes de doutoramento. A primeira chamada para o ano 2024 arrancou, beneficiando perto de 50 estudantes com formações extracurriculares em matérias de bioinformática, imunologia em doenças infecciosas, escrita de resumos científicos e gestão de dados.
Na avaliação da interlocutora, as formações são positivas, pelo que mais oportunidades desta natureza são bem-vindas, na medida em que trazem conteúdos importantes para a vida dos estudantes de doutoramento, não só para agora, mas também para a carreira enquanto doutores.
Ana Zicai é funcionária do INS e estudante beneficiária das formações do PhD4Moz, estando a frequentar o curso de doutoramento em Sistemas de Saúde no Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente. Ela agradece ao INS e às outras instituições envolvidas na iniciativa.
“No âmbito do programa de doutoramento, concorri para o PhD4Moz e fui seleccionada para fazer parte dos estudantes. De lá atá cá, tenho beneficiado de treinos muito ricos oferecidos pelo programa e tenho aprendido bastante”, destacou.
Na mesma senda, Alcinda Zitha, que também é estudante de doutoramento, participou de uma das formações oferecidas pelo PhD4Moz. Ela expressa sua alegria pelas experiências obtidas.
Foi um privilégio fazer parte do PhD4Moz e ser aprovada para o curso de bioinformática. Neste curso, foi possível obter uma visão geral das tecnologias de sequenciamento e teoria algorítmica de princípios da bioinformática, sublinhou.
A entrevistada acrescenta que, durante a capacitação, adquiriu conhecimentos essenciais para a construção de uma árvore filogenética, programação de pipelines e compreensão de resultados de diferentes pesquisas associadas à análise de diferentes seres vivos por meio da tecnologia produzida pelo sequenciamento de próxima geração em humanos, parasitas, bactérias e vírus.
Acredito que, com base neste curso, poderei ter mais domínio dos dados resultantes da pesquisa no âmbito do meu doutoramento, partilhou.
O INS tem apostado na modalidade virtual e presencial, como estratégia de mobilização de estudantes para se inscreverem ao projecto. Neste sentido, Euridsse Amade explica que a divulgação do edital dos cursos tem sido feita a nível dos canais internos do INS, salas de aula, com suporte dos professores e/ou supervisores, produção de cartazes, entre outros mecanismos.
“Até aqui, pode-se dizer que a adesão tem estado a aumentar. No início, os estudantes não percebiam muito bem como o projecto é, porém, com esta mobilização, foi possível ter um pouco mais estudantes do INS.
Ao fim do projecto, espera-se que os estudantes estejam orientados e devidamente capacitados para as matérias extracurriculares que os cursos vão oferecer.