Situação epidemiológica da COVID-19 em Moçambique apresentada para África CDC

O Director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, participou na última quinta-feira, 13.08, do briefing semanal organizado pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), no qual apresentou a situação epidemiológica sobre a COVID-19 em Moçambique.

Na ocasião, o dirigente destacou o número de pacientes com infecção provocada pelo novo coronavírus que necessitou de internamento nos centros de isolamento e os que recuperaram da doença.

Igualmente debruçou sobre o estágio da testagem no país e da taxa de positividade, que se situa ao nível de 3,5 por cento.

Segundo a informação avançada no briefing transmitido em diferentes plataformas digitais, o número de casos da COVID-19 no país tem aumentado progressivamente, embora a uma taxa lenta, se comparado com os países vizinhos.

Para demonstrar, Jani apresentou em forma de síntese a evolução mensal de casos confirmados do novo Coronavírus desde o início da pandemia, referindo que em Março foram notificados oito casos, para em Abril serem diagnosticados 68 pacientes com a doença, um aumento de 8,5 vezes.

Por seu turno, Maio teve 178 casos positivos, o equivalente a uma subida de 2,6 vezes em comparação ao mês anterior. Por seu turno Junho teve 635 casos, um aumento de 3,6 vezes que Maio.

Em Julho foram diagnosticados 975 doentes com esta infecção, uma subida de 1,5 vezes em comparação ao mês anterior.

Este mês de Agosto, que ainda vai ao meio, contabilizava até quarta-feira 695 casos.

Em termos de abrangência territorial, o responsável  salientou que a pandemia afecta, actualmente, 92 (57,1%) dos 161 distritos de Moçambique.

O dirigente realçou igualmente que o país está a implementar, nos centros urbanos, o inquérito soroepidemiológico de SARS-CoV-2 com o objectivo de melhor compreender a situação epidemiológica através da avaliação da exposição ao vírus por meio da detecção de anticorpos específicos.

“Até agora realizamos dois inquérito nas cidades de Nampula e Pemba, no Norte de Moçambique, e dois estão em curso na capital Maputo, no Sul, e em Quelimane, na região Centro. O objetivo é realizar essas pesquisas em todos os grandes centros urbanos”, explicou, referenciando que “estes estudos soroepidemiológicos incluem inquérito domiciliar e grupos profissionais específicos. As pesquisas domiciliares fornecem uma amostra representativa da cidade”, referiu.

Sobre os resultados obtidos nos inquéritos realizados nas primeiras duas cidades, o dirigente referiu que em Nampula, uma cidade com 900 mil habitantes, a seroprevalência na comunidade é de 5 por cento, enquanto que em Pemba, uma urbe com 200 mil habitantes, a soroprevalência na comunidade é de 2,5 por cento.

Os estudos revelaram que indivíduos de todas as idades foram expostos ao vírus, e o vírus foi detectado em todos os bairros de ambas as cidades. Em relação aos grupos profissionais com maior exposição, o inquérito indicou os vendedores de mercados com 6,5 a 10 por cento, profissionais de saúde 5,5 a 7,0 por cento, força policial com 3,7 a 6 por cento, funcionários de negócios 5 a -5,4 porcento e pessoas deslocadas com 6 por cento.

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