Três quartos dos trabalhadores de Saúde na cidade da Beira têm protecção contra o vírus de Hepatite B

Um estudo de autoria de Nédio Mabunda, investigador no Instituto Nacional de Saúde, revela que 67,3% dos trabalhadores de saúde na cidade da Beira têm protecção contra o vírus da Hepatite B (HBV). O estudo mostrou também que um em cada 20 trabalhadores de Saúde está infectado pelo vírus.

O mesmo foi realizado em 2020, com o objectivo de determinar a taxa de infecção, exposição (infecção passada), susceptibilidade e protecção contra o HBV em trabalhadores de saúde na cidade da Beira.

Os resultados do estudo supracitado mostrou ainda que um terço de trabalhadores de saúde é susceptível a infecção pelo HBV. Nisto, o investigador diz ser importante implementar uma estratégia nacional de testagem e vacinação contra o HBV naquela classe profissional, dado o elevado risco professional.

A recomendação do estudo é apoiada pelo facto de ter se verificado que apenas 31,8% dos professionais de saúde vacinados contra o HBV, completaram as três doses preconizadas para um protecção mais duradora e eficaz.

Em Moçambique, a vacinação contra o HBV faz parte do Programa Alargado de Vacinação desde 2001 e obedece ao esquema vacinal de dois-três-quatro meses depois de o bebé nascer. Entretanto, a vacinação para os trabalhadores de Saúde não é rotina.  

Moçambique é visto como tendo muitos casos do vírus de hepatite B, estimando-se que uma em cada 15 pessoas esteja infectada na população em geral. As principais consequências da infecção pelo HBV são a cirrose hepática, que consiste na substituição da maior parte do tecido do fígado por um tecido não funcional, e o cancro do fígado.

O estudo conta com a co-autoria de Lúcia Vieira; Imelda Chelene; Cremildo Maueia; Ana Zicai; Ana Duajá; Falume Chale; Lúcia Chambal; Adolfo Vubil e Orvalho Augusto.