CISPOC implementa vigilância comunitária de HIV/Sífilis na Cidade de Maputo

O Instituto Nacional de Saúde (INS), por intermédio do Centro de Investigação e Treino em Saúde da Polana Caniço (CISPOC), está a implementar uma vigilância comunitária de HIV/Sífilis na área peri-urbana da cidade de Maputo, especificamente nos bairros da Polana Caniço “A” e “B”, que constituem áreas de vigilância demográfica e de Saúde (HDSS), em resposta à crescente demanda de evidências relacionadas aos determinantes sócio-comportamentais do HIV em Moçambique.

O HDSS Polana Caniço está a ser realizado em parceria com o Ministério da Saúde (MISAU), Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) – President’s Emergency Plan For AIDS Relief (PEPFAR), Instituto Nacional de Estatística (INE) e Kenya Medical Research Institute (KEMRI/CDC) e tem colhido continuamente dados demográficos e epidemiológicos desde o ano de 2016 e está a fazer seguimento de 22,963 residentes da área abrangida por meio de rondas de vigilância.

Em Abril de 2023, iniciou-se a inclusão e colheita de amostras biológicas de participantes na comunidade, processo que poderá durar cerca de seis meses e com o qual se pretende atingir a meta 95-95-95, que consiste em garantir que 95 por cento das pessoas vivendo com o HIV tenham feito o diagnóstico, 95 por cento das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento e igual percentagem de pessoas em tratamento tenham supressão viral.

Adicionalmente pretende-se fazer a avaliação das intervenções de combate à epidemia do HIV, com vista a apoiar nas decisões políticas com base em evidências científicas.

O coordenador geral do estudo, Américo Feriano José, faz saber que a fase de aconselhamento e testagem para HIV/Sífilis vai cobrir um total de 2,444 membros elegíveis dos 15 a 59 anos de idade residentes na área de vigilância.

O Sistema de Vigilância determina as causas específicas de mortalidade, cuidados e prevenção ao vírus HIV e colhe dados sobre comportamentos de risco e práticas culturais relacionadas à transmissão do HIV/Sífilis, incluindo factores de risco para morbidade e mortalidade associados com o HIV”, explicou.

Para além de testagens em curso, os pesquisadores fazem referenciamento de casos positivos para o início do Tratamento Anti-retroviral (TARV) nas unidades sanitárias da cidade de Maputo, conforme a preferência dos participantes e o monitoramento contínuo da adesão e retenção no TARV.

Segundo Américo, os pesquisadores vão monitorar continuamente, os processos clínicos dos participantes seropositivos em seguimento nas unidades sanitárias, mediante o acesso à plataforma digital “OpenMRS”, em coordenação com o Centro de Colaboração em Saúde. Neste contexto, em toda a situação de não retenção no TARV, os pesquisadores vão poder intervir, realizando buscas activas e sensibilização dos membros pertencentes à vigilância.