Divulgados resultados de inquérito sobre populações-chave na província e cidade de Maputo

O Instituto Nacional de Saúde divulgou esta quinta-feira os resultados preliminares do Inquérito sobre o Mapeamento e Estimativa da População-Chave ao nível da cidade e província de Maputo, nomeadamente Mulheres Trabalhadoras do Sexo (MTS), Adolescentes Exploradas Sexualmente (AES), Homens que fazem Sexo com Homens (HSH), Pessoas que Injectam Drogas (PID) e Pessoas Transgénero (TG) (Homens Trans e Mulheres Trans).

Falando durante a apresentação do Estudo, Cynthia Baltazar, referiu que o estudo realizado em 2022 indica que na cidade de Maputo há 453 HotsPots (locais de concentração) de população-chave, sendo que a maior parte encontra-se no distrito de KhamPfumo, seguido de KaMubukwane. A maior parte destes locais estão em zonas de consumo de drogas, Bares e restaurantes.

Quanto à província de Maputo, foram encontrados 355 hotspots, maior parte localizados na Matola, Marracuene e Manhiça. Os bares, locais de uso de drogas e mercados são as áreas onde se localizam estes locais.

Na ocasião, a Directora de Inquéritos e Observação em Saúde no INS, Ivalda Macicame, referiu que o relatório divulgado oferece uma visão abrangente das populações-chave, e oferece informações essenciais para a elaboração de estratégias eficazes de prevenção, oferta de cuidados e tratamento nessas populações.

Conforme acompanhamos na apresentação feita, este estudo oferece-nos informações descritivas sobre todos os hotspots das populações-chave identificadas, e os serviços de saúde disponíveis para essas populações na cidade e província de Maputo”, explicou, indicando que “são cruciais para compreendermos o perfil, dinâmicas e a realidade das populações-chave da cidade e província de Maputo, incluindo suas sobreposições em diversos sub-grupos, necessidades em relação aos serviços de saúde e o conhecimento auto-reportado do seu estado sorológico em relação ao HIV, tratamento antirretroviral (TARV) e supressão viral.

Vincou que estes dados são de grande relevância, uma vez que são usados para actualizar as estimativas que servem como denominadores populacionais para orientar a planificação dos serviços de saúde destinados a estas populações, apoiando na resposta à epidemia do HIV, conforme delineado no Plano Estratégico Nacional (PEN) de Resposta ao HIV e SIDA de Moçambique.

A directora Residente do Centro para o Controlo de Doenças dos Estados Unidos de América, Irene Benet, destacou a importância deste tipo de estudos para estes grupos, pois apoia na tomada de decisão, concretamente no que diz respeito ao provimento de serviços de saúde, bem como aos insumos para a prevenção de doenças infecciosas, como são os casos do HIV e outras.

“A disponibilidade de dados actualizados e confiáveis para informar como as barreiras de acesso aos serviços de saúde podem ser removidas e a qualidade dos programas para as populações-chave podem ser melhoradas são fundamentais para atingir as metas estratégicas 959595 estabelecidas pela ONUSIDA”, considerou.

O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Parceiros de Cooperação, sociedade Civil e outros convidados.