Terminou em Maputo a Reunião do Comité Consultivo Técnico Regional do CDC para Região Austral de África

Peritos dos países membros do Comité Consultivo Técnico Regional do CDC África para a região da África Austral estiveram reunidos em Maputo, de 12 a 13 de Setembro, para discutir e avaliar os progressos relativos ao estabelecimento do Centro de Colaboração do CDC África para África Austral (SA-RCC), como entidade de coordenação técnico-científica para a prevenção, preparação e resposta às emergências de Saúde Pública, bem como para a fase de recuperação.

Intervindo durante a cerimónia de encerramento do evento, o Vice-Ministro da Saúde, Ilesh Jani, manifestou satisfação pela escolha de Moçambique para acolher esta importante reunião, tendo destacado a relevância do Centro de Colaboração Regional, visto que a África Austral enfrenta vários desafios de Saúde Pública, com particular ênfase para os recentes surtos de Pólio vírus selvagem, os surtos recorrentes de Cólera, a elevada vulnerabilidade aos eventos climáticos extremos, o elevado peso de HIV e Malária, entre outros.

Estes desafios servem para nos lembrar sobre a elevada importância deste Comité. Por isso, estamos satisfeitos pelo facto de nesta reunião terem sido discutidas e definidas as estratégias para o fortalecimento da colaboração regional para o melhor enfrentamento das emergências de saúde pública, referiu.

Falando a jornalistas, no final do evento, o Director Geral do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, que também presidia o comité desde o ano passado, referiu que a colaboração dos estados membros da África Austral em matéria de segurança sanitária é fundamental visto que as doenças não respeitam fronteiras. O dirigente aludiu que a região da SADC é mais afectada por eventos climáticos extremos e a sua frequência poderá crescer no futuro, pelo que é importante a maior colaboração e definição de estratégias adequadas.

É importante lembrar que a África Austral detém o maior fardo de HIV e a frequência de surtos e epidemias vai continuar a incrementar devido às transformações globais, como, por exemplo, as mudanças climáticas, referiu.

Abordando sobre o estabelecimento e fortalecimento dos Institutos Nacionais de Saúde Pública na região, Samo Gudo referiu que, a nível global, os países que melhor responderam à pandemia da COVID-19 são aqueles que tinham os Institutos de Saúde Pública estabelecidos e robustos. Entretanto, dos dez países da região da Africa Austral apenas quatro, incluindo Moçambique, é que possuem Institutos de Saúde Pública robustos.

Refira-se que neste encontro, que reuniu cerca de 50 peritos da região, o Director Geral do INS, Eduardo Samo Gudo, deixou, a seu pedido, a presidência deste organismo em resultado da sua recente eleição ao cargo de Presidente do Conselho Consultivo do CDC África.