O Instituto Nacional de Saúde (INS) divulgou, na última sexta-feira (19.04), os resultados do inquérito de mapeamento de hotspots (locais de concentração da população-chave) e estimativa do tamanho da População-chave (PC) sobre o HIV na província de Inhambane.

O inquérito foi realizado com o objectivo de quantificar, mapear e descrever as características dos principais locais de concentração e obter uma estimativa do tamanho de populações-chave.

A Coordenadora Nacional do inquérito, Áuria Ribeiro Banze, na qualidade de apresentadora dos resultados, definiu população-chave como sendo o grupo de pessoas vulneráveis à infecção pelo HIV, devido a comportamentos sexuais de alto risco, nomeadamente Mulheres Trabalhadoras de Sexo, Adolescentes Exploradas Sexualmente, Homens que Fazem Sexo com Homens, Pessoas que Injectam Drogas e Transgéneros.

Segundo a Coordenadora, foram identificados, ao todo, 512 hotspots na província de Inhambane. As cidades de Inhambane, Maxixe e Vilankulos apresentaram a maioria dos hotspots, com 106, 89 e 65, respectivamente.

Relativamente ao tipo de hotspots activos, a interlocutora avançou que os bares, barracas e restaurantes foram os locais com maior número, tendo sido identificados 258, 102 e 48, respectivamente.

Sobre os resultados, Áuria Banze referiu que estes revelam complexas interacções entre as diferentes PC e fornecem uma visão sobre o progresso da cascata 95-95-95 do Programa Conjunto das Nações Unidas, referente à testagem e tratamento do HIV e SIDA.

“Estes resultados oferecem informações valiosas no que concerne à planificação eficaz de estratégias de prevenção, cuidados e tratamento, direccionadas para esta população-chave no contexto da epidemia generalizada de HIV em Moçambique”, explicou, recomendando o desenvolvimento de um sistema de informação robusto capaz de fazer a monitoria do estado da PC e prestação de serviços ao longo do tempo.

O estudo recomenda, ainda, o desenvolvimento de uma estratégia abrangente para a vigilância do HIV nesta população, incluindo a vigilância das infecções sexualmente transmissíveis.

Os resultados do inquérito foram divulgados durante o II Dia Aberto de Pesquisa em Saúde da Província de Inhambane, subordinada a o tema “Desafios e avanços na prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis”.

O evento é organizado pelo Núcleo de Investigação Operacional de Inhambane, em colaboração com o INS e parceiros, visando à partilha de experiências e discussão de resultados de investigação científica daquela parcela do país.