Divulgados Resultados do Inquérito sobre o Impacto do HIV e SIDA em Moçambique

O Instituto Nacional de Saúde (INS) em coordenação com o Ministério da Saúde (MISAU), Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA (CNCS) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) procederam hoje, 01 de Dezembro, ao lançamento dos resultados do Inquérito Nacional sobre o Impacto do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA 2019).  O acto enquadrado no âmbito das celebrações centrais do Dia Mundial da Luta contra o SIDA, que tiveram lugar, na Cidade de Maputo, sob o lema “Alcançar a Igualdade e Equidade na Resposta ao HIV e SIDA”.

O inquérito de base comunitária foi realizado entre os meses da Abril 2021 e Fevereiro de 2022 com o objectivo de medir o impacto da resposta nacional e provincial ao HIV.  O INSIDA estimou, igualmente, a incidência nacional de HIV, a prevalência nacional e provincial de HIV em adultos, e a prevalência da supressão de carga viral. 

Intervindo na ocasião, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, referiu que a reposta nacional ao HIV e SIDA no país é orientada por um plano estratégico que tem como objectivo geral reduzir as novas infecções de HIV e as mortes relacionadas com a doença, abordando as desigualdades que impulsionam a epidemia eliminando o estigma e a discriminação. 

Armindo Tiago destacou ainda que o Governo de Moçambique tem priorizado uma abordagem de resposta ao HIV-SIDA baseada em evidência científica. Neste contexto, o país tem vindo a implementar inquéritos nacionais para medir e avaliar os progressos no controlo da epidemia de HIV, sublinhando que é neste quadro que foi realizado o INSIDA 2021. 

Quanto aos dados do INSIDA, os resultados do inquérito revelam progressos importantes relativamente aos esforços visando o controlo da epidemia em Moçambique. O inquérito aponta uma ligeira redução da prevalência do HIV entre adultos de 15 aos 49 anos, que passou de 13,2% para 12,4%. Adicionalmente, entre adultos com idade igual ou superior a 15 anos, o INSIDA 2021 mostra que a prevalência do HIV entre homens é de 9,5% e 15% entre mulheres. Diferenças no peso da epidemia são particularmente notórias nas faixas etárias compreendidas entre os 15 e 29 anos, chegando a prevalência do HIV a ser duas a três vezes mais alta entre as mulheres comparativamente aos homens.

Ao nível provincial, o INSIDA 2021 aponta variações na prevalência do HIV entre adultos com idade igual ou superior a 15 anos, sendo a taxa de 20,9% em Gaza, 17,1% em Zambézia, 16,2% em Maputo Cidade, 15,4% em Maputo Província, 13,2% em Sofala, 12,6% em Inhambane, 10,5% em Cabo Delgado, 10,0% em Nampula, 8,4% em Tete, 8,0% em Niassa, e 7,9% em Manica.

Adicionalmente, o INSIDA 2021 estima que, anualmente, 4,8 novas infecções ocorrem entre 1000 pessoas de 15 a 49 anos de idade. Isto indica a necessidade de reforço das acções multissectoriais baseadas em intervenções de prevenção combinadas (profilaxia de prevenção do HIV, circuncisão masculina, prevenção da transmissão vertical, rastreio e prevenção de tratamento de infecções de transmissão sexual, biossegurança, testagem do HIV e tratamento antirretroviral e redução do estigma e discriminação), que devem ser dirigidas de forma particular às populações prioritárias, como adolescentes e jovens, homens adultos e populações-chave.

O inquérito foi financiado pelo Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA, através do seu Fundo Comum e, pelo Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio do SIDA (PEPFAR), com assistência técnica do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e do ICAP da Universidade Columbia. 

As celebrações centrais contaram com a presença de membros do Governo, do corpo diplomático acreditado em Moçambique, especialistas do sector da saúde, sociedade civil, entre outros participantes.