HIV continua causa importante de mortalidade em bébes no país

O HIV continua a ser uma das importantes causas de mortalidade em Moçambique, sobretudo em crianças dos zero aos 4 anos de idade, de acordo com dados preliminares de um estudo intitulado “Perfil dos óbitos por HIV em Moçambique 2019”, da autoria do pesquisador Hélio Militão.

Segundo o autor da pesquisa, no período em referência, o país registou 3.364 óbitos, dos quais 30.6% na zona urbana e 69.4% na zona rural, com as províncias da região sul a apresentarem maior peso em termos de proporção da doença.

A informação foi divulgada há dias,  no primeiro dia do IV Fórum de Pós-Graduação do Instituto Nacional de Saúde (INS), durante o qual, igualmente, foram apresentados dados preliminares de um estudo intitulado “Avaliação dos factores de risco do HIV nos casamentos prematuros em adolescentes em Moçambique 2015” da autoria da pesquisadora do INS Judite Braga.

O estudo de Braga indica que, no país, o aumento rápido das infecções do HIV em raparigas dos 15 aos 24 anos de idade representa metade de todos os novos casos e a prevalência do HIV mostra-se alta em mulheres casadas prematuramente antes dos 17 anos de idade na região sul do país, sobretudo nas áreas urbanas.

O estudo aponta a escolaridade, riqueza, área de residência e região geográfica como os principais factores associados à prática de uniões prematuras. Na mesma senda, o número de parceiros, a idade à primeira relação sexual, o tipo de uniões e a região geográfica constam, segundo a autora, do leque dos factores relacionados à alta prevalência do HIV nas adolescentes casadas antes dos 17 anos de idade.

O IV Fórum de Pós-Graduação do INS foi realizado sob o lema “Promovendo a discussão e divulgação de resultados de pesquisa entre estudantes de pós-graduação em saúde”, juntando investigadores, estudantes e estagiários.