Laboratório de Microscopia capacita técnicos moçambicanos e angolanos

O Laboratório de Parasitologia Molecular (LPM) do Instituto Nacional de Saúde (INS) está a capacitar técnicos de laboratório do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) e técnicos de laboratório do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), desde a última segunda-feira (30/05), em matéria de diagnóstico da malária por microscopia. O treino tem como objectivo melhorar a capacidade técnica diagnóstica da malária por microscopia

Com duração de cinco dias, o treino é orientado por especialistas do INS, abrangendo seis técnicos de laboratório, sendo dois do CISM e outros quatro do CISA.

O pacote teórico da formação é composto por tópicos como epidemiologia da malária, ciclo biológico do Plasmodium spp, diagnostico laboratorial da malária (colheita de amostra de sangue e preparação de esfregaços, preparação de reagentes e coloração de esfregaços, detecção de Plasmodium spp, caracterização de artefactos e elementos de sangue, identificação de espécies de Plasmodium spp, quantificação de parasitas de Plasmodium falciparum), o uso de teste de diagnóstico rápido (TDR) e garantia de qualidade no diagnóstico da malária.

Na componente prática, técnicos treinandos serão submetidos à observação microscópica de lâminas de hematozoários, actividade que consiste na detecção de parasitas da malária, identificação especifica de parasitas e quantificação (determinação da densidade parasitária), conforme explica o facilitador do treino, que é investigador no INS e coordenador do Programa de Doenças Transmitidas por Vectores, Negligenciadas e Zoonóticas, Augusto Magubeia.

Falando da relevância do treinamento, o facilitador referiu que “Moçambique e Angola são endémicos à malaria e que o treino permitirá a melhoria na qualidade técnica diagnóstica da malária, podendo garantir a tomada de decisão clínica adequada para os casos, por isso países endémicos à malária precisam de garantir que seus técnicos sejam qualificados para o diagnóstico da malária”, explicou, sublinhando que a melhoria na capacidade de diagnóstico laboratorial equivale à garantia de tratamento adequado para os doentes e redução dos casos.

Augusto Magubeia assinalou que, com o treino, se espera que os participantes coloquem em prática, nos seus laboratórios de proveniência, todos os conhecimentos adquiridos, através de replicas, envolvendo técnicos locais que não tiveram oportunidade de participar do treino.