Prevalência do HIV entre HSH aumenta para 14.7 por cento em Maputo

Os resultados da segunda ronda de Inquéritos Bio-Comportamentais (BBS) em Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) indicam que o número de casos de HIV entre o referido grupo aumentou para 14.7 na cidade de Maputo, colocando este ponto do país com a maior percentagem, comparativamente à província de Nampula e às cidades da Beira, de Quelimane e Tete, que apresentaram 5, 8.3, 3.7 e 3.5 por cento, respectivamente.

A informação foi partilhada por Cynthia Baltazar, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde (INS), durante a cerimónia de divulgação dos referidos resultados, havida na tarde de hoje (31) em Maputo.

A pesquisadora salientou que, na primeira ronda, feita entre 2012 e 2014, o resultado mostrou-se preocupante. A prevalência do HIV estimada entre HSH na capital do país foi de 8.2 por cento. Sete anos depois, o resultado subiu para 14.7”.

O estudo refere que 40 por cento dos indivíduos das cinco zonas urbanas inquiridas não conhecia o seu estado em relação ao HIV, facto que sugere uma necessidade de esforços, para garantir que se tenham HSH nos cuidados e tratamento do HIV, como forma de reduzir o impacto da doença em Moçambique.

Além do desconhecimento do estado serológico, o estudo aponta, igualmente, para mais de 45 por cento dos HSH, residentes das cinco zonas urbanas em referência, que não procuraram nenhum serviço de saúde nos seis meses anteriores ao inquérito.

Segundo Cynthia, para esta situação, concorre o acentuado nível de estigma e discriminação, ligado às normais sociais, culturais e religiosas, apesar de, em 2015, a homossexualidade ter sido descriminalizada a no país.