Uma equipa de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde, liderada pela investigadora Nilsa de Deus, avaliou, de Agosto de 2022 a Junho de 2023, a segurança da exposição acidental à nova Vacina Oral contra o Poliovírus tipo 2 (nOPV2) em mulheres grávidas em contacto com crianças vacinadas na residência ou na comunidade.

O resultado indica que as mulheres que residiam com crianças vacinadas com a nOPV2 não tiveram taxas aumentadas de resultados adversos na gravidez, contudo houve um aumento na frequência de partos prematuros na coorte exposta, facto que se presume que esteja ligado a factores externos da exposição à vacina.

Face ao resultado aludido, os pesquisadores recomendam uma investigação mais aprofundada sobre o aumento de partos prematuros e apoiam a utilização contínua da nOPV2 na resposta aos surtos de poliovírus e na pré-qualificação da vacina.

O estudo foi realizado em Nampula (coorte exposta à vacina) e Maputo (coorte não exposta), abrangendo 326 e 940 grávidas, respectivamente. As mulheres participantes do estudo tiveram um acompanhamento durante a consulta pré-natal de rotina, o parto e a consulta neonatal após 28 dias do parto para avaliar anomalias obstétricas e desfecho da gravidez.

São co-autores do estudo Assucênio Chissaque, Adilson Bauhofer, Américo Barata, Ilesh Vinodrai Jani, Rocio Lopez Cavestany, Visalakshi Jeyaseelan e Ondrej Mach.

Link de acesso ao artigo:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38307745/#:~:text=doi%3A-,10.1016/j.vaccine.2024.01.071,-