Science Club uma plataforma de discussão científica

Foi realizada, recentemente, no Instituto Nacional de Saúde (INS), a primeira sessão do Science Club (Clube da Ciência), um espaço voltado para apresentação e discussão de artigos científicos, monografias, dissertações, teses de integrantes do grupo, história da ciência, apresentação e discussão de resultados preliminares de pesquisas e troca de experiências entre pesquisadores.

A sessão foi dirigida por Nilsa de Deus, investigadora no INS, que, na ocasião, disse que, entre outros resultados, se espera que o Science Club contribua para a missão e visão do INS na capacitação dos recursos humanos, na medida em que vai alimentar a paixão pela ciência, o desenvolvimento do pensamento científico e estímulo da criatividade nos profissionais, principalmente nos mais jovens.

Nilsa de Deus explicou que o Science Club é um espaço que já tinha sido criado nos novos projectos nOPV2 e Kids-CoV, de forma particular, sendo que, agora, há necessidade de reunir membros dos vários projectos que tinham outras plataformas de discussão de ciência, nomeadamente ViNaDia e AfRota (que faziam journal clubs, apresentação de resultados preliminares de monografias, dissertações etc), para melhor inclusão e participação de todos de forma transversal.

“Este ano, contamos com mais dois projectos para além da ViNaDia e do AfRota, falo do Kids-CoV e nOPV2. Por causa desta multiplicação de projectos, começamos a pensar se seria viável a implementação do Science Club para cada um dos projectos e chegámos à conclusão de que havia necessidade de criar uma forma de discutir ciência sem fraccionarmos”, esclareceu.

Na mesma sessão, Adilson Bauhofer, também investigador no INS, apresentou um Journal club com um artigo intitulado “The role of children in household transmission of COVID-19: a systematic review and meta-analysis”, que consiste na exploração da transmissibilidade de SARS-CoV-2 com surgimento de novas variantes em crianças nos agregados familiares.

Adilson Bauhofer, investigador no INS

“O estudo esteve focalizado na estimação da taxa de ataque secundária de crianças em diferentes períodos e variantes, bem como na comparação da transmissibilidade do SARS-CoV-2 em diferentes grupos etários e exploração de potenciais determinantes”, elucidou.

Entre várias constatações, a análise mostra que as crianças são menos dominantes na evolução do número de casos, embora a transmissibilidade tenha aumentado, com a ocorrência de novas variantes do SARS-CoV-2.

Realizada em formato presencial, a primeira sessão do Science Club contou com a presença dos membros da Vigilância Nacional de Diarreias (ViNaDia), dos projectos Antigens and reassortant strains for rotaviruses circulating in Africa (AfRota), Prospective cohort study of the safety of incidental exposure to live attenuated novel oral polio vírus type 2 in pregnant household contacts of children < 5 years immunized with PT Bio Farma Novel Oral Poliomyelitis Vaccine Type 2 in Mozambique (nOPV2) e Epidemiology and characteristics of SARS-CoV-2 infection among children and their households in Mozambique (Kids-CoV).

As sessões do Science Club vão decorrer de forma periódica, duas vezes ao mês, e está aberta a participação de outros colaboradores do INS interessados em discutir ciência.