Uso de Drones para Transporte de Produtos Médicos: Segunda fase do estudo arranca em Inhambane

O Instituto Nacional de Saúde (INS), a Village Reach e a Swoop Aero iniciaram, na última quinta-feira (21.04), no distrito de Vilanculos, província de Inhambane, a segunda fase do estudo sobre o uso de veículos aéreos não tripulados, vulgos drones, para o transporte de produtos médicos, como amostras laboratoriais, vacinas e medicamentos.

O objectivo do estudo é avaliar a qualidade, segurança e viabilidade do uso de drones no transporte de amostras laboratoriais e outros produtos médicos, com vista a apoiar na resposta de emergências de saúde pública e melhoria da assistência médica e medicamentosa da população residente nas zonas rurais.

Com o uso destes veículos aéreos não tripulados (drones), espera-se que os pacientes tenham diagnóstico atempado e rápido de doenças e resposta rápida a qualquer emergência de saúde pública.

Nesta segunda fase, o estudo decorre em quatro hospitais distritais e três centros de saúde dos distritos de Mabote, Inhassoro, Guvuro, Vilanculos, Panda, Inharrime, Funhaloro e Massinga, na província de Inhambane, e tem a duração de quatro meses.

Falando no acto do lançamento do estudo, o chefe de Repartição de Bacteriologia e Estudos de Patógenos de Alto-Risco no INS, Jerónimo Langa, explicou que a introdução daquela tecnologia vai permitir o referenciamento rápido de amostras nas unidades sanitárias localizadas nas regiões rurais e de difícil acesso.

Por sua vez, a representante da Direcção Provincial de Saúde de Inhambane, Dórica Mandlate, vincou que a iniciativa poderá dinamizar o referenciamento de amostras ao nível da província, uma vez que vai permitir o envio diário de amostras das zonas de difícil acesso para o ponto de convergência, reduzindo, desse modo, o tempo que levariam por via terrestre.  

Beatriz Guilovissa, uma das operadoras dos veículos não tripulados, explicou que o tipo de drones em uso no estudo tem capacidade para realizar até 100 quilómetros em 60 minutos e pode atingir uma velocidade de até 35 Km/s, no entanto tem a limitação de não poder voar em condições extremas, como ventos fortes, chuvas e outros.

“Os drones em uso não captam imagens, usam baterias com autonomia para 135 km ou uma hora. Os voos são feitos apenas durante o dia e em temperaturas dos 0 a 40 graus celsius. Eles são sensíveis ao vento e suportam até 20 nós”, explicou a operadora.

Este estudo faz parte do programa “Drones for Health”, cuja primeira fase ocorreu na província de Maputo ao longo de 2019-2020, e abrangeu a geração de evidências sobre os potenciais benefícios e custos do transporte por drones. No caso, foram transportadas 140 amostras laboratoriais de COVID-19, 160 amostras de TB, voando um total de 10 horas no ar, enquanto as amostras de TB foram transportadas por terra em paralelo.

O referido estudo validou a suposição de que o transporte por drone não compromete a qualidade das amostras laboratoriais, quando comparado ao transporte terrestre.