Segundo o chefe do Departamento de Inquéritos e Vigilância em Saúde no Instituto Nacional de Saúde e gestor nacional de Incidentes na Resposta à Cólera no Ministério da Saúde, José Paulo Langa, o país tende a registar uma redução significativa de casos de cólera nos últimos dias.

Moçambique já notificou  mais de 27 mil casos da doença desde o início do surto, com 124 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 0,5%.

Falando esta terça-feira (18.04) sobre a situação epidemiológica da cólera no país, Langa afirmou que a tendência da redução dos  números indica o sucesso das intervenções do sector da Saúde para o controlo do surto.

“O surto atingiu uma fase de pico entre 12ª e 13ª semana epidemiológica e, neste momento, estamos numa fase decrescente, apesar de termos novos focos, que reportam números muito pequenos de casos”, fez saber.

Com a passagem do ciclone Freddy e devido ao fraco saneamento do meio, acesso a água e higiene individual e colectiva, a província da Zambézia, particularmente a cidade de Quelimane, registou o recrudescimento de casos da doença.

“A província da Zambézia, que reportava diariamente acima de 400 casos, regista, actualmente, abaixo de 50 casos diários. Então, estamos a observar uma redução muito acentuada na província da Zambézia e cidade de Quelimane’’, esclareceu.

Questionado sobre como está a ser possível alcançar estes resultados, Langa falou das acções levadas a cabo para a mitigação da doença, destacando a intervenção comunitária e a implementação da vacinação.

“Tivemos várias intervenções para o controlo comunitário da doença, promoção da saúde, intervenção no sector de Água e Saneamento, mas também tivemos a implementação da vacinação de toda a população das cidades de Quelimane e da Beira, isto em conjugação com outras medidas comunitárias, que ajudaram nessa redução acentuada de casos”, disse.

Num outro desenvolvimento, o interlocutor disse que, com o tempo frio e final da época chuvosa que se verifica, a esperança é que haja uma contínua redução expressiva de casos e dos factores de risco, porque as chuvas agravam as questões de saneamento do meio e dificultam o acesso a água segura.

Recentemente, a cidade de Maputo anunciou o registo de casos de cólera no Distrito Municipal da KaTembe. Porém, segundo o entrevistado, são casos localizados, que não se alastraram para as zonas circunvizinhas, como é o caso de outros distritos e a província de Maputo.

A outra explicação dada por Langa é que a detecção da doença e as acções de contenção foram rápidas, o que não deu chances de alastramento, no entanto as actividades de vigilância continuam.