Destacada importância da vigilância genómica contínua na luta contra pandemias

Resultados de um estudo realizado por um grupo de investigadores do Instituto Nacional de Saúde (INS), sob coordenação da pesquisadora Nália Ismael, destaca a importância da vigilânciagenómica contínua de variantes de vírus em Moçambique para melhor informar políticas e estratégias de luta contra a COVID-19 e outras pandemias futuras.

Intitulada “Epidemiologia genómica do SARS-CoV-2 durante as quatro primeiras ondas em Moçambique”, a pesquisa foi feita com o objectivo de compreender a circulação do SARS-CoV-2 no país, por via da análise de várias amostras de indivíduos infectados, contendo materialgenético do vírus, por meio da técnica de sequenciamento genético.

O estudo indica que, durante os primeiros 25 meses da pandemia em Moçambique, o país foi marcado pela prevalência de variantes de preocupação Beta, Delta e Omicron durante a segunda, terceira e quarta vagas.

Adicionalmente, o estudo mostrou que as primeiras importações e exportações de SARS-CoV-2 foram da África do Sul e para a América do Norte, respectivamente, ambas em Março de 2020. Contudo, grande número de infecções pelo vírus, em Moçambique, derivou de trocas ocorridas entre a África do Sul e o país, demonstrando que a propagação viral pode ser influenciada pelo comércio entre as duas nações.

Quanto às recomendações de seguimento, o estudo enfatiza a necessidade de se fortalecer, continuamente, a vigilância genómica do SARS-CoV-2 e outros patógenos, em virtude dos actuais problemas de saúde pública enfrentados no país.