Maputo acolhe conferência internacional de peritos sobre o uso de plataforma para Vigilância em Saúde

Arrancou, na manhã desta segunda-feira (19.06), em Maputo, a conferência internacional de peritos sobre o uso de Plataforma para Vigilância em Saúde, denominada LEAPS.

Trata-se de um evento organizado pelo Instituto Nacional de Saúde, em colaboração com a Fundação Bill & Melinda Gates. O encontro reúne cientistas e profissionais com experiência sobre os sistemas de registo de eventos vitais por amostragem.

O evento subordinado ao lema “Aprender, expandir e adaptar plataformas baseadas em amostragem para vigilância em saúde e tomada de decisão em saúde pública”, visa discutir as oportunidades de adaptação dos recursos existentes para apoio aos países interessados na implementação do sistema em referência.

Falando à margem da abertura do evento, o Director-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, referiu que estes sistemas irão permitir a geração de evidência científica para auxiliar e orientar o processo de tomada de decisão em Saúde Pública, bem como para o processo de planificação em Saúde e formulação de políticas de saúde.

“Estamos cada vez mais claros e conscientes de que como nações não poderemos responder de forma eficaz e eficiente aos principais desafios e emergências de saúde pública na ausência de sistemas de vigilância sanitária que permitam a recolha de dados representativos, de qualidade, completos, oportunos e integrados”, frisou.

Referindo-se aos dados do SIS-COV recentemente tornados público, Samo Gudo destacou que Moçambique transitou na última década de um país com perfil epidemiológico com predominância de doenças infecciosas para um país com tripla carga de doença, isto é, com contribuição importante tanto das doenças infecciosas, das doenças crónicas não transmissíveis, assim como do trauma na mortalidade em todas as idades.

Por seu turno, a Directora de Inquéritos e Observação de Saúde no INS, Ivalda Macicame, justificou a realização da LEAPS em Moçambique, “visto que somos um exemplo de país que olha para vigilância e dados de mortalidade como prioridade”.

Segundo Ivalda, a conferência conta com representantes de mais de vinte países que têm implementado sistemas similares ao SIS-COV em Moçambique e outros com interesse em aprender a partir da experiência Moçambicana e de outros países.

“Espera-se que com este evento o Moçambique possa, igualmente, aprender com outros países e garantir colaborações mais extensivas com diferentes doadores e financiadores presentes na Conferência”, referiu.

O SIS-COV é um sistema de observação comunitária virado à produção e disponibilização contínua de dados sobre eventos vitais em implementação em todo o país, com representatividade provincial e nacional.