Modelos diferenciados de prestação de serviços de tratamento do HIV são mais vantajosos que os convencionais

Um estudo da autoria de Dorlim Uetela, investigadora do Instituto Nacional de Saúde (INS), conclui que os modelos diferenciados de prestação de serviços para o tratamento do HIV são considerados pelos gestores e provedores de serviços como mais vantajosos que o modelo convencional.

Igualmente, o estudo identificou a disponibilidade de recursos e o treinamento contínuo de prestadores de serviços como sendo essenciais para a implementação bem-sucedida de modelos diferenciados de prestação de serviços para o tratamento do HIV.

Denominado “Perspectivas dos gestores e prestadores de serviços sobre barreiras e facilitadores da implementação de modelos diferenciados de prestação de serviços para o tratamento do HIV em Moçambique”, o estudo foi realizado em 2021, nas províncias de Maputo e Sofala, com o objectivo de identificar factores que impedem aqueles que favorecem a implementação bem-sucedida de oito modelos diferenciados.

Entre os modelos diferenciados, está o fluxo rápido, dispensa trimestral de antirretrovirais, grupo de apoio para a adesão comunitária, clube de adesão, abordagem familiar, e paragens únicas para os serviços de tuberculose, de saúde materno-infantil, e serviços amigos do adolescente e jovem, lançados em 2018, pelo Ministério da Saude (MISAU), visando oferecer o tratamento antirretroviral a todas as pessoas vivendo com o HIV e reduzir a mortalidade associada a esta infecção.

O referido estudo consistiu na realização de entrevistas à gestores e prestadores de serviços do MISAU e parceiros de implementação a nível nacional, provincial, distrital e das unidades sanitárias.

Como resultados, o estudo indica que a vantagem relativa, a simplicidade, o atendimento das necessidades do utente, e o processo reflexão e avaliação foram identificados como factores que favorecem a implementação dos modelos, enquanto que a disponibilidade limitada de recursos, à informação e ao conhecimento, foram identificados como barreiras para a referida implementação.

Outras constatações relevantes apontam que os modelos fluxo rápido e dispensa trimestral de antirretrovirais foram considerados mais fáceis de implementar e mais eficazes na redução da carga de trabalho. Paralelamente, os clubes de adesão e os grupos de apoio para a adesão comunitária foram definidos como menos preferidos pelos utentes em ambientes urbanos.

No geral, os oito modelos diferenciados de prestação de serviços para o tratamento do HIV foram considerados vantajosos para o sistema de saúde e para os utentes quando comparado ao modelo convencional de tratamento. Contudo, de acordo com o estudo em menção, a disponibilidade de recursos e treinamento contínuo são factores cruciais para que a sua implementação seja bem-sucedida.

Para além de Dorlim Uetela, autora principal, o estudo conta, ainda, com a co-autoria de Sarah Gimbel; Celso Inguane; Onei Uetela; Aneth Dinis; Aleny Couto; Irénio Gaspar; Eduardo Samo Gudo; Sérgio Chicumbe; Sandra Gaveta; Orvalho Augusto e Kenneth Sherr.

O artigo pode ser encontrado no website abaixo: https://doi.org/10.1002/jia2.26076