O Director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, partilhou, na manhã de hoje (18), que a a investigação científica nacional tem contribuído, de forma importante, para a melhoria da saúde e do bem-estar em Moçambique, impactando sobre as políticas e práticas de saúde, facto que se traduz em avanços, com destaque para a vacina conjugada contra o Haemophilus influenzae b, cujos resultados são expressivamente positivos.

“Com a vacina conjugada contra o Haemophilus influenzae b em Moçambique, foi possível reduzir em 10 vezes a incidência de doença invasiva em crianças menores de 1 ano, e em 6 vezes em crianças menores de 5 anos”, partilhou.

Outro ganho assinalado pelo dirigente concerne à introdução de tecnologias simples para o diagnóstico de HIV em crianças, que trouxe como resultados o incremento da cobertura de diagnóstico de HIV em crianças, aumento do número de pacientes a iniciar o tratamento antirretroviral (TARV) e a redução do tempo para iniciar o TARV, para além da redução da perda de pacientes pós-início de TARV.

Os inquéritos sero-epidemiológicos, para entender a dinâmica da transmissão do SARS-CoV-2, igualmente, foram apontados como parte das grandes realizações do INS. Segundo Jani, esta componente revelou a importância dos mercados como focos de transmissão da COVID-19 na cidade de Nampula, em Moçambique.

Sobre a contribuição de projectos de ciência e tecnologia em saúde para o fortalecimento institucional com base na formação de recursos humanos, Ilesh Jani fez saber que, entre 2003 e 2021, a instutição que dirige formou um total de 70 mestres e 22 doutores.

O dirigente, que falava na primeira sessão deste dia, referiu, todavia, que o Sistema de Ciência e Tecnologia em Saúde, no país, registou progressos, entretanto persistem desafios, em várias áreas, como é o exemplo da promoção e coordenação de pesquisa.

Outras áreas de destaque apontadas pelo interlocutor, na senda dos desafios, são a formação e retenção de recursos humanos; disponibilidade de financiamento interno e competitividade para a atracção de financiamento externo; colaboração a nível nacional e capacidade para desenvolvimento tecnológico e produção a nível nacional.

Nesta página, Ilesh Jani disse que a realização de projectos de investigação científica e saúde pública tem, também, resultado no fortalecimento da capacidade das instituições técnico-científicas em todo o país e sublinhou que o investimento contínuo no Sistema de Ciência e Tecnologia em Saúde, em Moçambique, deverá ter um impacto de relevo no desenvolvimento sustentável do país.

O X Fórum da EDCTP decorre desde ontem (domingo) no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, em formato híbrido, sendo presencial e virtual, e tem como tema ″Equidade na Pesquisa em Saúde”, constituindo uma plataforma internacional para a apresentação e discussão de estudos clínicos, assim como para o fortalecimento de redes de parceria.