Avaliada qualidade de dados e prontidão para prestação de serviços de SMI em Manica e Sofala

Um grupo de investigadores da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Saúde em Sofala, liderado pela epidemiologista Arlete Mahumana, realizou um estudo, com o objectivo de avaliar a qualidade de dados na prestação de serviços de Saúde Materno-Infantil (SMI) nas unidades sanitárias das províncias de Manica e Sofala.

Os resultados da pesquisa, segundo Mahumane, indicam que, em geral, houve uma alta disponibilidade de dados, sendo que a província de Sofala teve 91%, 95%, 96% e 97%, e a província de Manica teve 96%, 97%, 97%, 96%, em quatro rondas, nas quais o estudo foi realizado.

“Todos os sectores tiveram uma evolução, excepto a maternidade. A consulta pré-natal evoluiu de 47% para 78%, a consulta de crianças em risco evoluiu de 74% para 86%, a consulta pós-parto progrediu de 58% para 72%, no entanto a maternidade decresceu de 90% para 89%”, fez saber.

Os dados tratados no estudo foram obtidos por meio de entrevista aos gestores das unidades sanitárias, dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS), Direcção Provincial de Saúde (DPS) de Sofala, enfermeiras de SMI e farmacêuticos. Adicionalmente, foram colhidos dados dos livros de registos, resumos mensais, partogramas e do Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação.

Em Moçambique, a mortalidade neonatal é um dos indicadores prioritários na Saúde. O país possui uma das mais elevadas taxas de mortalidade em crianças menores de 5 anos, sendo 78.5 por 1000 nados vivos, e uma taxa de mortalidade neonatal de 27.1 por 1000 nados vivos.

Considerando que o Governo pretende reduzir a mortalidade neonatal e materna no país, como forma de responder aos objectivos 3 e 4 no quadro dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, Arlete Mahumana defende que, para o alcance destes objectivos, é imprescindível fazer-se a avaliação situacional dos dados e da prestação de serviços com qualidade, bem como a prontidão do sector de SMI.

Relativamente aos ganhos provindos da realização do estudo, a epidemiologista esclarece que os resultados contribuíram para a implementação de reuniões mensais de discussão de dados, de forma rotineira, o que ajudou a melhorar a qualidade dos dados a nível provincial, distrital e da unidade sanitária, reduzindo a sua discrepância.

Como accões de seguimento, o estudo apresenta recomendações que visam garantir qualidade na gestão de dados, tais como a realização de monitoria e supervisão da qualidade, visto que esta componente carece de uma melhoria substancial, capacitação e integração de profissionais, principalmente os recém-alocados.

Na mesma senda, outras acções consistem no reforço do treino das enfermeiras de SMI na componente de prestação de serviços ao recém-nascido, uma vez que foram verificadas fraquezas nesta componente.

O estudo teve lugar entre 2017-2020, abrangendo 32 unidades sanitárias, e a sua realização contou com a participação do Ministério da Saúde, direcções provinciais de Saúde de Manica e de Sofala, Centro de Investigação e Operacional da Beira, com o financiamento da Health Alliance International.