Campanhas de sensibilização devem servir-se de mensagens significativas e partilháveis

O sucesso das campanhas de sensibilização comunitária sobre a saúde exige que as mensagens difundidas sejam significativas e partilháveis. Quem o diz é o Assessor da Governadora da província do Niassa, Nelson Maquile, recorrendo ao conceito de “lacunas de percepção” para explicar a necessidade de uso de técnicas adequadas na elaboração e transmissão de mensagens para as comunidades.

O orador explica que um dos maiores erros nas campanhas que visam o engajamento comunitário consiste em não considerar que o que se pretende dizer pode não ir de acordo com o que se pretende ouvir por parte do destinatário da mensagem. Como recomendação, ele diz que as mensagens devem ser curtas, simples, significativas e partilháveis. Mensagem significativa, de acordo com a sua explicação, é aquela que é considerada relevante pelo público a que se destina.

“As comunidades desempenham um papel importante para o sucesso das intervenções do sector da Saúde, e a comunicação de mão dupla (dar e receber) joga um papel importante. Portanto, a questão fundamental é: o que as pessoas querem ouvir?”, disse, explicando que a lacuna de percepção está relacionada à diferença entre o que se pretende transmitir e o que o receptor quer ouvir.

Maquile refere que a informação científica é, por natureza, complicada, daí que é preciso fazer o exercício de tirar a complicação e transmitir o conteúdo de forma simples. Este é o caminho certo, segundo ele, para galvanizar o engajamento da comunidade.

O orador falava numa mesa-redonda que teve lugar na semana passada, no contexto das III Jornadas de Saúde da Região Norte, que se realizaram de 23 a 24 de Novembro no Campus da Universidade Rovuma-Extensão de Niassa, sob o lema “Promovendo a investigação científica com base nas prioridades de saúde pública emergentes e locais”.