Urge sensibilizar a população a consumir alimentos combinados e de alto valor nutricional

“A zona Norte do país possui condições agro-ecológicas favoráveis para a prática da agricultura, com 70% da população a viver com base nesta actividade. Com uma boa distribuição da precipitação, há condições para a suficiência da produção para o consumo e exportação, porém verificam-se níveis elevados de desnutrição” neste ponto do país.

A informação acima é parte das constatações de um estudo apresentado na última sexta-feira (24.11) por Lucas Tualufo, responsável da Repartição Provincial de Segurança Alimentar e Nutricional do Niassa, que aponta como possíveis razões dos altos níveis de desnutrição os hábitos alimentares relacionados com costumes étnicos, como é o caso da proibição do consumo de ovo e cenoura por mulheres grávidas, com explicações baseadas em mitos.

“Em crianças menores de cinco anos, uma em cada duas nasce com deficiências, devido à falta de nutrientes. A desnutrição é também explicada por práticas como a fraca higienização dos alimentos, a não observância de intervalo de segurança no controlo de pragas, entre outros factores “, disse.

Face a esta configuração, o pesquisador fala da necessidade de se sensibilizar a população sobre a importância de combinar e consumir alimentos de alto valor nutricional.

O pesquisador explicou que, para avaliação dos níveis de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, anualmente, procede à avaliação pós-colheita, ao estudo de base da SAN e à sua monitoria.

No quadro dos desafios que se impõem na mitigação da insegurança alimentar, Tualufo aponta os desastres, adequação às mudanças climáticas, desconhecimento da importância do consumo de alimentos com alto valor nutricional por parte dos agregados e o desconhecimento da prática de combinação alimentar.

O estudo foi apresentado durante a segunda sessão plenária das III Jornadas de Saúde da Região Norte, que tiveram lugar de 23 a 24 de Novembro na cidade de Lichinga, no Niassa.