Confirmada maior incidência da Meningite Bacteriana na zona norte do país

Dados da pesquisa e vigilância sobre Epidemiologia da Meningite Bacteriana (MBA) em Moçambique indicam que a zona norte do país possui elevada taxa de incidência desta doença, com cerca de 10 casos em 100 mil crianças menores de cinco anos de idade, quando comparada com as regiões centro e sul do país.

A pesquisa foi feita pelo pesquisador do Instituto Nacional de Saúde (INS), Aquino Nhantumbo, que indica que as diferenças demográficas, baixas coberturas vacinais, aspectos socioeconómicos, acesso aos cuidados de saúde estão entre os factores que concorrem para maior incidência da MBA na zona norte do país e faz com que crianças menores de cinco anos assim como idosos continuem a ser os mais afectados, apesar dos esforços envidados para a sua erradicação.

“A variação na incidência da doença pode estar associada a diferenças demográficas da população em cada região, baixas coberturas vacinais, factores socioeconómicos, acesso aos cuidados de saúde, entre outros”, disse.

Aquino Nhantumbo destaca a importȃncia do diagnóstico precoce e correcto da Meningite, que inclui a terapia antibiótica para melhorar o prognóstico dos pacientes com meningite, contudo faz saber que ainda existem desafios por ultrapassar.

“Alguns laboratórios das unidades sanitárias no país não possuem capacidade para identificar estirpes patogénicos que causam a meningite bacteriana e os que têm capacidade enfrentam desafios que incluem o défice de reagentes e outros consumíveis de laboratório”, explicou.

Face aos desafios impostos, foram traçadas estratégias que vão desde a administração de vacinas ao fortalecimento da capacidade laboratorial.

“Pretendemos manter uma elevada cobertura vacinal contra os principais patógenos bacterianos da meningite, fortalecer o Sistema de Vigilância da Meningite, bem como a capacidade de diagnóstico laboratorial e melhorar a gestão de casos”, garantiu.

Com isso, espera-se a redução dos casos de infecção e morte por meningite bacteriana evitável por vacinas em cinquenta e setenta por cento, respectivamente, até 2030.
Aquino Nhantumbo falava há dias, no âmbito das celebrações do dia mundial de luta contra a Meningite, assinalado a 24 de Abril.