Divulgados resultados do INSIDA em Inhambane

Os principais indicadores do Inquérito sobre o Impacto do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA), realizado com o objectivo de avaliar os impactos das intervenções na área do HIV no país, mostram que a província de Inhambane ocupa um lugar de destaque na área do diagnóstico da doença, apresentando uma taxa de 74.3 por cento, posicionando-se, deste modo, acima da média nacional.

A informação acima foi partilhada na última quinta-feira (27.04), na cidade de Inhambane, pelo Director Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, Nédio Mabunda, explicando que a constatação foi feita à luz das metas estabelecidas pela ONUSIDA.

“O inquérito olhou para os indicadores preconizados pela ONUSIDA, mediu a prevalência e incidência do HIV e descreveu os comportamentos de risco para a infecção pelo HIV”, fez saber.

Sobre a infecção, Mabunda focou três elementos constituintes da cascata 95, 95, 95, que preconiza que, como problema de saúde pública, o HIV poderá ser controlado, se houver cumprimento das metas estabelecidas, que consistem em garantir que 95 por cento das pessoas vivendo com o HIV tenham feito o diagnóstico, 95 por cento das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento e igual percentagem de pessoas em tratamento tenham supressão viral.

A nível nacional, segundo o responsável, o primeiro resultado da cascata indica que 71.6 por cento de indivíduos HIV positivos conheciam o seu estado. Em relação ao tratamento, o país atingiu a meta preconizada mesmo antes do período estabelecido, sendo que 96.4 por cento de indivíduos infectados pelo HIV estavam em tratamento contínuo. Na meta sobre a supressão do vírus, 89.4 por cento de indivíduos que estavam em tratamento supriram o vírus.

A apresentação teve lugar durante a XXVIII Sessão do Observatório de Desenvolvimento da Província de Inhambane, que decorreu sob o lema “Por uma governação participativa e inclusiva”, e foi acompanhada por dirigentes de nível provincial, entre eles o Secretário de Estado na província, Amosse Macamo, e o Governador, Daniel Chapo.

Ao fim da sessão de apresentação, o Governador teceu agradecimentos ao INS pelo trabalho realizado e reconheceu que a divulgação do INSIDA é de grande relevância, sendo que disponibiliza dados comparativos entre províncias e favorece uma melhor tomada de decisão.

Feito de cinco em cinco anos, o inquérito já foi realizado cinco vezes no país. O mais recente teve como participantes indivíduos a partir dos 15 anos de idade e uma taxa de participação de 8.690 pessoas a nível nacional. Por sua vez, a taxa de aceitação foi de 96.5 por cento.

O INSIDA tem um carácter nacional e é de base populacional, sendo feito na comunidade, com recurso a entrevistas aos membros dos agregados familiares, de forma individual, e à colheita de amostras para testagem do HIV, usando o algoritmo nacional estabelecido pelo Ministério da Saúde (MISAU). O inquérito é implementado pelo INS, em colaboração com o MISAU, Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA e o Instituto Nacional de Estatística, com o financiamento do Governo de Moçambique e do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças do Governo americano, sob assistência técnica do ICAP (International Center Aids Program) e da Westat, através do projecto PHIA (Population-based HIV Impact Assessment).