Sucesso da academia na solução de desafios de saúde pública passa pela cooperação

Fernando de Almeida, Presidente do Conselho Directivo do Instituto Nacional de Saúde – Ricardo Jorge, Portugal

“A cooperação é fundamental! Uma instituição que trabalha sozinha não é instituição académica nem é instituto”. Esta é uma asserção do Presidente do Conselho Directivo do Instituto Nacional de Saúde – Ricardo Jorge de Portugal, Fernando de Almeida, que, na manhã de hoje (05.06), esteve como orador principal da palestra anual alusiva ao início das actividades formativas no Instituto Nacional de Saúde (INS), com o tema “O papel da academia na identificação de soluções para os principais desafios globais de saúde pública”.

À cooperação, segundo Almeida, juntam-se outros elementos, que ele agrega num quadro que designa por princípios da ciência, que são o conhecimento, inovação, difusão científica, imaginação, coordenação, capacitação, difusão científica, decisão, resiliência, acção, entre outros.

Segundo o palestrante, a academia pode oferecer um espaço para fazer avançar a compreensão de problemas complexos e cumprir a responsabilidade social das instituições académicas de contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável. Nisso, ele aponta o firmamento de parcerias estratégicas entre a academia e os institutos de saúde pública, explicando que só com uma colaboração efectiva a academia pode, devidamente, responder aos principais desafios de saúde pública.

As instituições académicas, segundo o orador, enfrentam desafios tais como contribuir para a segurança da saúde global, que se desdobra em manter a sua relevância social numa sociedade de conhecimento, devolver o investimento feito pela sociedade, responder às necessidades da sociedade por meio de uma agenda desenvolvida à volta dos três pilares da educação superior, nomeadamente a investigação, educação e prática ou extensão.

Na sua locução, Almeida chamou à reflexão em torno de alguns aspectos que caracterizam o ambiente da abordagem dos problemas de saúde pública, designadamente a incerteza, imprevisibilidade, urgência e pressão, e pontou algumas atitudes que devem nortear os profissionais que lidam com os referidos problemas, com realce para o bom senso e o sonho.

Dirigindo-se, especificamente, aos jovens, Almeida falou da necessidade de esta camada sonhar e imaginar, referindo que quem não sonha e não imagina não consegue realizar.

Outro aspecto vincado pelo orador, como sendo decisivo na resposta aos desafios de saúde pública, diz respeito à importância da realização de pesquisas alinhadas às necessidades da sociedade.

Nesta senda, o palestrante apresentou uma lista de desafios globais em saúde pública, que inclui a saúde mental, as doenças infecciosas, má nutrição e segurança alimentar, saúde sexual e reprodutiva, poluição ambiental, o cancro, as alterações climáticas, doenças crónicas não transmissíveis, entre outros.

Participaram do evento o Director-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, a Directora-geral Adjunta, Sofia Viegas, o Director Nacional do Ensino Superior, o antigo Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, directores nacionais do INS, com destaque para o Director Nacional para a Área de Formação e Comunicação em Saúde, Rufino Gujamo, representantes dos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças e da Organização Mundial da Saúde, outros quadros da instituição, entre investigadores, técnicos administrativos, estudantes, estagiários e outros convidados.