Zambézia apresenta indicadores preliminares do Inquérito Nacional Sobre o Impacto do HIV e SIDA

O delegado do Instituto Nacional de Saúde na província de Zambézia, Vánio Mugabe, apresentou, nesta terça-feira, 28 de Março, os indicadores preliminares do Inquérito Nacional Sobre o Impacto do HIV e SIDA (INSIDA) naquela região.

O acto teve lugar na sessão do Conselho de Representação do Estado da Zambézia, e contou com a presença da Secretária do Estado da Província, Cristina Xavier Mafumo, quadros do Gabinete do Secretário do Estado, diversos membros daquele órgão e convidados permanentes.

O delegado iniciou a sua intervenção referindo que o INSIDA teve como objectivo identificar indicadores sobre as intervenções implementadas para o controlo da epidemia do HIV no país, bem como medir a incidência e prevalência do HIV e descrever os comportamentos de risco relacionados à doença.

Mugabe referiu ainda que o inquérito definiu como amostra pessoas com idade igual ou superior a 15 anos e perspectivou avaliar o impacto das intervenções dos serviços de HIV e aferir o grau de cumprimento da cascata 95-95-95.

O primeiro indicador da cascata estima que 95 por cento dos indivíduos portadores do HIV tenham conhecimento do seu seroestado. O segundo estima que dos indivíduos que conhecem o seu estado em relação ao HIV 95 por cento estejam em tratamento e, por fim, o último indicador significa que dentre os indivíduos em tratamento 95 por cento alcance a supressão viral, elucidou.

Em relação ao tratamento de HIV, o estudo revela que 81 por cento pessoas com idade superior a 15 anos vivendo com a doença tem conhecimento do seu seroestado na província da Zambézia. Entre os que conhecem o seu estado serológico, 97 por cento está em tratamento antirretroviral.

Quanto às metas do tratamento do HIV, os dados do INSIDA revelam que nove em cada dez pessoas atingiram a supressão da carga viral na Zambézia. Entretanto, a prevalência do HIV na província apresenta-se alta com 17.1 por cento sendo que a média nacional é de 12.5 por cento. Um em cada quatro mulheres de idade entre 35 e 39 anos são HIV positivos, o que pode ser determinado por factores como a vulnerabilidade social e questões sociais a que as mulheres estão sujeitas. 

A prevalência do HIV entre pessoas de idade igual ou superior a 15 anos, olhando por sexo, mostra que as mulheres tem frequência relativamente superior ao que se verifica entre os homens, acrescentou.

Em relação ao conhecimento sobre Profilaxia Pré-Exposição (PrEp), cinco por cento de pessoas de idade igual ou superior a 15 anos referiram já ter ouvido sobre PrEp neste canto do país. Seis em cada dez pessoas HIV-negativas da mesma faixa declararam que fariam uso de PrEp na província.

O INSIDA foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), de Setembro de 2021 a Fevereiro de 2022, em colaboração com o Ministério da Saúde (MISAU), Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS) e o Instituto Nacional de Estatística (INE).  O estudo contou com financiamento do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio do SIDA, e assistência técnica do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e do ICAP da Universidade de Columbia.